A Motorola está à procura de um parceiro para o seu negócio de infra-estrutura wireless, numa altura em que luta para regressar ao lucro durante o terceiro trimestre. "É muito claro que gostaríamos de estabelecer uma parceria com um dos líderes do mercado", afirmou Edward Breen, presidente e director de operações da unidade, citado pela agência de notícias Reuters, durante o encontro anual com os accionistas. O responsável adiantou ainda que a empresa não ficará "fora de circulação" se não arranjar um parceiro, embora possa passar por um "período difícil".



Breen afirmou que a Motorola levará algum tempo a tomar a decisão mais correcta em relação à sua unidade wireless, que no ano passado registou perdas na ordem dos 1,4 mil milhões de dólares (1,5 mil milhões de euros).



A empresa de telecomunicações já tinha efectuado contactos com a Nortel Networks e a alemã Siemens para vender ou relacionar a sua unidade de equipamento de infra-estrutura wireless com idênticos negócios das empresas mencionadas.



De acordo com o noticiado pela Reuters, os responsáveis da Motorola afirmaram que estavam em conversações com toda a gente da indústria, mas não adiantaram mais pormenores.



A pressão para encontrar uma solução para a área wireless tem vindo a intensificar-se em toda a indústria à medida que os clientes cortam nas despesas, afirmam os analistas e os próprios responsáveis pelas empresas.



A Motorola e a Ericsson estão entre as emoresas que prevêem que o mercado global da infra-estrutrura wireless sofra uma queda de 10 por cento este ano, quando no ano passado já se tinha observado um decréscimo de 5 por cento nas vendas globais.



A Ericsson e a Nokia têm sentido menos pressão uma vez que têm ganho a maioria dos contratos de terceira geração, ou 3G, indicam os analistas. Estas operadoras têm, respectivamente, 30 e 13 por cento do mercado mundial de infra-estrutura wireless, de acordo com a empresa de estudos de mercado para a área da tecnologia Yankee Group. As líderes são seguidas pela Motorola (12 por cento), pela Lucent (11 por cento), Nortel (10 por cento), Siemens (7 por cento) e Alcatel (3 por cento).



Edward Breen da Motorola defendeu que uma empresa tem de estar entre as três primeiras, se não nos dois primeiros actuantes do sector, e que para tal será necessário investir em investigação e desenvolvimento. "À medida que avançamos em direcção ao mundo 3G, os ganhos iniciais irão para aqueles que disponibilizarem redes end-to-end", afirmou.



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