A escassez de terminais UMTS que afectou o lançamento das primeiras redes de telecomunicações sem fios de terceira geração deixou de constituir um problema, de acordo com a empresa de estudos de mercado In-Stat/MDR. Segundo esta companhia, isto deves ao facto de várias fabricantes terem fornecido ou pretenderem fornecer em breve novos dispositivos, dado que as operadoras estão a preparar o lançamento de novas redes por toda a Europa nos próximos meses, "pelo que o stock deverá ser amplo, se não mesmo abundante".

Mas "o próximo problema para a implementação da terceira geração de telefonia móvel será a aceitação por parte dos utilizadores", prevê Neil Strother, analista da In-Stat/MDR. Para além dessa, irão existir outras dificuldades, como o do teste de aparelhos envolver mais de mil parâmetros diferentes antes da sua viabilidade comercial, em comparação com os apenas 300 nos telefones celulares tradicionais.

Uma área que ainda precisa de ser aperfeiçoada é a transferência de chamadas de voz entre redes antigas e sistemas UMTS, uma vez que a taxa de chamadas interrompidas é ainda muito elevada. Por outro lado, persistem ainda várias falhas no software dos aparelhos, como aquela que atingiu os terminais FOMA T2101V da operadora japonesa NTT DoCoMo no início deste ano, e que fazia com que as chamadas recebidas se perdessem quando o telemóvel se encontrava no modo de poupança de energia.

A In-Stat/MDR espera, contudo, que estes problemas sejam ultrapassados e que o número de terminais disponíveis comece a aumentar para níveis significativos a partir deste ano. O lançamento pela Hutchinson Whampoa
das suas redes 3G em todo o continente europeu - começando pela Itália e
Reino Unido e alargando-se mais tarde a outros países - poderá ser um bom impulsionador para que tal aconteça.

As previsões da empresa de estudos de mercado relativas à comercialização de terminais UMTS para o próximo ano rondam os dois milhões de unidades, tendo por base encomendas já anunciadas. Esse número poderá crescer mais ainda se as redes da Hutchinson tiverem uma resposta positiva e as condições económicas melhorarem. Contudo, é pouco provável que ocorra um aumento, tendo em conta os preços elevados dos aparelhos e as condições incertas do mercado.
Apesar de disso, é natural que à medida que os telefones com capacidades avançadas forem conquistando o interesse dos profissionais móveis e utilizadores pioneiros, se crie um nicho sólido de mercado para os próximos anos, indica a empresa.

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