Os operadores de telefonia móvel consideram que a falta de partilha do espectro UHF utilizado para transmitir os sinais de televisão é um desperdício de recursos. Um estudo da empresa Spectrum Value Partners, efectuado a pedido da Ericsson, Nokia, Telefónica, Orange e Vodafone, indica que, se os operadores móveis tivessem à sua disposição 25 por cento do espectro em causa, podendo-o utilizar em serviços comunicações e banda larga móvel, a economia europeia teria, nos próximos 20 anos, um impulso de entre 63 e 165 mil milhões de dólares em net present value (NPV), ou seja, a diferença entre o valor investido e o fluxo de caixa previsto no futuro.



Aos números estimados seria ainda de adicionar 2,5 a 5 mil milhões de euros em valor gerado por este sector para a economia Europeia, mesmo sem a utilização de qualquer espectro UHF.



O estudo refere ainda que, com a banda restante, as emissoras de televisão esperam gerar mais de 750 mil milhões de euros para o mesmo período de tempo, o que acaba por reflectir os benefícios individuais e sociais da transmissão de televisão terrestre.



A Spectrum Value posiciona ainda as necessidades da indústria de telefonia móvel numa banda que variaria entre os 40 MHz até aos 140 MHz, à qual se deveria somar 12 MHz de "banda de protecção" para evitar interferências entre os serviços de banda larga móvel e os servidores de televisão.



Janice Hughes, directora executiva da Spectrum Value Partners, explica que "a liberalização do UHF a favor das operadoras de telefonia móvel criaria serviços de banda larga mais baratos para os consumidores e promoveria a utilização de serviços de email, vídeo ou busca de informações a partir do telemóvel". A responsável frisa ainda que "este movimento também estimularia o emprego e a inovação em novas empresas que responderiam à procura de serviços web 2.0 sem fios".



Este estudo foi o primeiro a ser efectuado tendo em conta os custos e benefícios de destinar diferentes capacidades de espectro UHF à banda larga móvel na Europa. Surge numa altura em que ainda não há uma decisão definitiva sobre o destino das faixas de espectro que ficaram livre com o fim da televisão analógica.



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