Em 70 países analisados, Portugal situa-se na 27ª posição no que se refere às capacidades tecnológicas e preparação digital, ou seja, de aptidão para absorver as vantagens económicas que a nova era digital oferece.



Este posicionamento no e-Readiness Ranking de 2008 é o mesmo do ano passado e reflecte que, apesar de acompanhar o desenvolvimento de preparação electrónica global, o crescimento observado no país em todas as categorias que contribuem para o cálculo do nível de preparação electrónica português, desde 2001, ficou abaixo da média da Europa Ocidental.



Contudo, em termos relativos, a partir de 2005, detectou-se uma ligeira melhoria, mas não a necessária para alterar o posicionamento de Portugal na lista. Os indicadores onde se nota um maior afastamento nacional face aos restantes países são aqueles que se prendem com o ambiente social e cultural, ou conectividade e infra-estrutura tecnológica.



A lista efectuada pela IBM em parceria com a Economist Intelligence Unit é liderada pelos Estados Unidos e Hong Kong e permitiu concluir que o fosso digital entre os países continua a diminuir, embora mais lentamente.



Face ao estudo anterior, foi possível concluir ainda que alguns países viram o seu nível de desenvolvimento tecnológico abrandar. É o caso da Finlândia e da Dinamarca. O primeiro país desceu três posições face ao ano passado enquanto que a Dinamarca abandonou o primeiro posto da tabela fixando-se agora em quinto lugar.



As alterações verificadas demonstram como o acompanhamento do desenvolvimento digital é uma tarefa difícil de cumprir, nomeadamente a nível de investimentos em TI ou do acesso público e empresarial a canais digitais, explica o relatório.



Já as alterações inversas, as de subida na tabela, são justificadas pelos avanços sentidos a nível de acessos à banda larga e conectividade wireless, assim como nos ambientes de inovação.



A redução do fosso digital entre os países nos últimos anos tem sido um indicador de esperança e aproximação entre as regiões. Contudo, este estudo mostra que em 2008 esse avanço foi mais lento. No que se refere às regiões mais pobres foram raros os movimentos ascendentes registados na tabela. A Arábia Saudita, Tailândia e Egipto conseguiram subir algumas posições relativamente a anos anteriores, motivados principalmente pelo progresso ao nível da conectividade, enquanto que a Tailândia, Peru ou Roménia subiram cerca de 17 posições entre 2001 e 2008.



Quanto aos outros, o motivo parece ser o facto de os ambientes de negócio terem apresentado melhorias pouco significativas ou até mesmo alguma deterioração.



O estudo deixa patentes algumas recomendações que podem ajudar os decisores políticos a avaliar as oportunidades de progresso nos seus países. Permitir que o mercado determine o curso da economia digital assegurando que o investimento é também direccionado para as sociedades digitais dos países menos desenvolvidos é um dos princípios a seguir, refere o relatório.



Por seu turno, do lado dos países menos desenvolvidos será necessário assegurar que os governos adoptem práticas digitais a curto prazo, seja através de compras directas ou pela criação de canais adicionais, entre outras operações.



Por fim, as últimas sugestões incitam a que os governos se mantenham tecnologicamente neutros nas práticas de aquisição e de licenciamento e centrarem-se nos seus objectivos.



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