Os operadores de telecomunicações nem sempre partilham das mesmas opiniões, mas se há tópico onde é possível encontrar opiniões coincidentes é no que se refere aos preços da banda larga em Portugal. Os resultados de um estudo apresentado esta terça-feira pela Comissão Europeia, no entanto, apontam o preço como uma das explicações para o facto de uma cobertura tão expressiva do território com infraestruturas de telecomunicações não ser acompanhada por taxas de subscrição com a mesma expressão.



Os dados mostram que em Portugal as infraestruturas de banda larga podem chegar a qualquer lar e que as ligações capazes de oferecer serviços com um débito mínimo de 30 Mbps cobrem 84% dos lares, um número que está acima da média europeia (62%).



No entanto, só 53% dos portugueses subscrevem serviços de banda larga fixa e a subscrição de serviços de banda larga móvel não vai além dos 38%, números que colocam Portugal na cauda da Europa, com o segundo pior resultado apurado neste índice que mede o nível de digitalização das economias europeias. Também volta a ser destacado o facto de 30% dos portugueses nunca terem usado a Internet.



Face à discrepância, entre ubiquidade da infraestrutura e subscrição dos serviços que esta permite disponibilizar, o relatório aponta o preço como uma das razões para afastar os portugueses da assinatura de serviços de banda larga.



Um dos indicadores analisados na pesquisa é o preço de entrada das ofertas de banda larga, sobre a rede fixa. Portugal revela-se um dos países com preços mais elevados, posicionando-se na 3ª posição da tabela. Para medir o impacto do preço destes serviços no orçamento dos cidadãos é também quantificado o peso da mensalidade no rendimento bruto.



Em média, um português que contrate a oferta de banda larga mais barata do mercado gasta 2,8% do seu rendimento bruto. O valor está acima dos 1,3% apurados como valor médio na UE e está a crescer. No relatório de 2014 (que analisou dados de 2013) o peso de uma subscrição de banda larga no rendimento era de 2,4%.



De sublinhar que a análise da Comissão Europeia aos preços da banda larga está focada em produtos de gama de entrada, suportados na rede fixa e não integradas em pacotes, uma tipologia de oferta que está longe de ser a mais popular no país.



Mais de metade das famílias (57,2 em cada 100, no final do terceiro trimestre de 2014) preferia configurações 3play (televisão, Internet e telefone fixo), 4play ou 5play, que juntam ainda ao pacote a voz e dados móveis.

No índice europeu, que avalia conectividade, capital humano, utilização da Internet, integração do digital e digitalização dos serviços públicos. Em termos globais Portugal atingiu uma pontuação de 0.46 (numa escala que vai até 1), posicionando-se na 16ª de uma tabela preenchida pelos 28 países da UE.

A disponibilidade de infraestruturas tecnológicas e de serviços públicos digitais são as áreas onde o país obteve melhores resultados. Identifica-se como área a melhor a das competências digitais dos cidadãos, que cerca de metade da população não tem.

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Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico