O modo como os Estados Membros estão a lidar com a atribuição de licenças de terceira geração das redes celulares está a ser duramente criticado pelos peritos e industriais, que os acusam de desequilibrar o sector das telecomunicações. De acordo com o presidente da Telefonica, César Alierta, um dos participantes na reunião da presidência da União Europeia sobre a Sociedade da Informação realizada em Vitória, na Espanha, os Estados pediram um valor equivalente a duas vezes o montante global dos negócios do sector em 2000 para as licenças de UMTS.
Desta forma, o alto nível de endividamento consecutivo, particularmente em relação às licenças UMTS, e a má percepção dos mercados de capital levaram à actual situação menos positiva que o sector atravessa, acrescentou este responsável da operadora histórica espanhola.
Já Eric Licoys, director geral da Vivendi Universal, afirmou à agência de notícias France Press que de agora em diante no centro da UE vai dar-se uma tomada de consciência colectiva em que os Estados que se vão aperceber de que o melhor será prevenir do que ter que corrigir os desequilíbrios com a adjudicação de licenças demasiado dispendiosas aos operadores.
Por seu lado o Comissário Europeu para a Sociedade de Informação, Erkki Liikanen, lamentou que o espectro radioelectrico não estivesse sob a alçada da sua Comissão aquando da atribuição de licenças. Este responsável referiu ainda que a partir de agora, e depois da regulamentação aprovada em Dezembro, vai ser mantida uma base legal europeia para esta matéria, o que significa que da próxima vez, segundo afirma Erkki Liikanen, haverá um comité europeu onde os países da UE discutirão entre eles antes de agir.
A nova legislação vai permitir a revenda do espectro radiofónico entre os operadores enquanto que dentro das actuais condições do UMTS a revenda, recentemente preconizada em particular na Alemanha pelo responsável da BITKOM, a federação alemã das telecomunicações, depende apenas da legislação de cada Estado.
Segundo as conclusões de um relatório apresentado pelo Conselho francês de análise económica em Fevereiro, aconselha-se que a Europa inicie um projecto de relançamento da tecnologia UMTS de modo a reduzir os riscos provenientes da falta de coordenação na atribuição das licenças e dos riscos tecnológicos. Com excepção de um Estados Membro, todos os outros atribuíram licenças em condições muito dispares já que enquanto estas foram gratuitas em países como a Finlândia e a Noruega, o seu preço foi de 640 euros (128 mil escudos) por habitante na Alemanha.
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