O Governo britânico pondera apresentar uma proposta de criação de uma base de dados única, que reuniria informação sobre chamadas, comunicações de email e hábitos de utilização de internet de todos os britânicos. O projecto ainda não saiu da gaveta e já é alvo de fortes críticas da oposição e dos organismos de protecção da privacidade.

A rever a legislação relativa à retenção de dados nas comunicações (Communications Data Bill), o governo pretende aproveitar a ocasião para reforçar os mecanismos que tornem mais fácil o combate ao terrorismo e às ameaças de segurança. É nesse sentido que foi discutida a propostas de criação de uma base de dados que juntasse informação dos clientes de todos os operadores, com números de telefone marcados, registo de mensagens (endereços e não conteúdo dos emails) e informação sobre sites visitados por cada utilizador.

O governo de Gordon Brown ainda não apresentou formalmente a proposta, mas os organismos que a desaprovam já iniciaram campanha contra a ideia, tentando impedir que esta venha a constar do discurso da Rainha em Novembro, durante o qual deverá ser introduzido o tema das alterações à legislação.

"As alterações à forma como comunicamos, devidas sobretudo à revolução da Internet, vão alterar cada vez mais as nossas possibilidades de obter dados, essenciais para prevenir o terrorismo e investigar crimes", sublinha o governo numa nota, a propósito das alterações à legislação. "Perder a habilidade de usar esta informação teria consequências muito sérias para o cumprimento da lei no Reino Unido", acrescenta a mesmo nota citada pela BBC News.

Um membro do partido do Governo disse entretanto ao The Independent que a ideia do governo não foi explicada convenientemente. Garante que o objectivo é montar um sistema por níveis em que a informação não está toda automaticamente disponível e em que o acesso a dados privados será analisado caso a caso.