Os satélites estão a ganhar um papel cada vez mais relevante nas redes de comunicação, sobretudo em regiões rurais e remotas. Segundo o mais recente relatório da Global mobile Suppliers Association (GSA), intitulado "Non-Terrestrial 5G Networks and Satellite Connectivity", os avanços nesta tecnologia prometem transformar a forma como a conectividade é oferecida, apesar dos desafios que ainda persistem.

Recorde-se que na Europa, projetos como o IRIS², estão a apostar em satélites para reforçar a segurança e a independência tecnológica do continente. Este projeto prevê uma constelação de satélites que não só fornecerá conectividade em áreas remotas, mas também reforçará a infraestrutura crítica, como redes de energia e transportes. Além disso, empresas como a Eutelsat têm desenvolvido soluções específicas para integração de serviços de IoT e comunicações de emergência.

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A partir dos Estados Unidos, projetos como o da SpaceX, com a rede Starlink, estão a expandir rapidamente a cobertura de internet em áreas rurais, incluindo zonas afetadas por desastres naturais. Empresas como a AST SpaceMobile e a Lynk estão a testar serviços Direct to Device (D2D), conectando telemóveis convencionais diretamente a satélites, sem necessidade de modems ou equipamentos especializados.

De acordo com o relatório da GSA, foram identificadas 143 parcerias entre operadores de telecomunicações e fornecedores de satélites em 53 países até março de 2025. Destas, 24 operadores já lançaram serviços comercialmente, um aumento significativo desde setembro de 2024. Outros 79 operadores estão em fase de planeamento, enquanto 22 realizam testes ou avaliações. Esta tendência reflete o potencial crescente dos satélites para complementar as redes terrestres, oferecendo serviços de voz, dados e banda larga em áreas de difícil acesso.

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A banda larga rural e empresarial destaca-se como a aplicação mais comum dos satélites, representando 47% das parcerias identificadas. Este número, no entanto, tem vindo a decrescer ligeiramente em relação a relatórios anteriores, sinalizando a diversificação das utilizações desta tecnologia.

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Uma das inovações mais promissoras é a tecnologia de satélite para telemóveis (D2D), que permite conectar smartphones convencionais em áreas remotas. Até março de 2025, oito parcerias já lançaram este serviço, com outros 16 operadores em fases de teste ou avaliação.

Embora ainda em estágios iniciais, os serviços de IoT (Internet das Coisas) e M2M (Máquina-a-Máquina) através de satélites estão a ganhar força. Atualmente, quatro parcerias oferecem estes serviços, com mais nove a planear lançamentos. Estes avanços indicam um foco crescente em comunicações em tempo real entre dispositivos, o que deverá impulsionar ainda mais o sector nos próximos anos, refere a GSA.