Embora ainda sem uma data definida, a SonaeCom poderá suspender o serviço Internet de banda larga, o Clix Turbo ADSL, caso as condições que regulam a distribuição de oferta grossista da Portugal Telecom não sejam revistas a curto prazo, avançou Paulo Azevedo, presidente da empresa à margem do II Fórum de Telecom e Media promovido pelo «Diário Económico».



O presidente da sub-holding de telecomunicações do Grupo Sonae diz que já foram investidos cinco a seis milhões de euros neste serviço para perdas do mesmo valor. Acrescenta ainda que o investimento no serviço de banda larga está praticamente parado por falta de viabilidade económica e que a sua suspensão está planeada, mas ainda sem uma data definida.



Recorde-se que o Clix, tal como outros ISPs, subcontrata o serviço de ADSL por banda larga à PT Comunicações, revendendo depois o mesmo aos seus clientes directos. Os vários operadores têm vindo a reclamar a imposição de um modelo de negócio para a banda larga que seja mais favorável aos operadores já que segundo o modelo agora em funcionamento afirmam não ter lucro e apenas prejuízos.



Ainda em Julho a Anacom emitiu uma decisão que obrigava a PT Comunicações a redefinir a sua oferta grossista dos serviços de ADSL, reduzindo o preço mensal da oferta grossista praticado junto dos operadores para a classe de velocidade de 512 Kbps para 60 por cento do menor preço praticado pelas empresas subsidiárias da Portugal Telecom. Aparentemente Paulo Azevedo considera que mesmo esta nova oferta não é suficiente para reduzir os prejuizos cumulados com o Clix Turbo.



Sobre a recente redução das tarifas de ligação fixo-móvel por parte da Vodafone e da TMN, incorporadas no tarifário da PT Comunicações, Paulo Azevedo garantiu mais uma vez que a Optimus não prevê reduzir as tarifas fixo-móvel, pelo menos enquanto as tarifas móvel-móvel não forem revistas pelo regulador.



Segundo o presidente da SonaeCom, a Optimus vai esperar que o regulador cumpra com a intenção pública em que garante tornar obrigatória até ao final do ano a não discriminação de preços entre as redes móveis. "A nossa experiência diz-nos que as medidas anunciadas desfavoráveis à Portugal Telecom normalmente não são implementadas", completa.

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