
Modernizar a Administração Pública em tempos de crise tirando partido das ferramentas digitais passa por traçar uma estratégia clara e bem definida, que garanta um backoffice de serviços públicos digitais sólido e fiável. No front office passa por desenvolver uma relação de confiança com o cidadão. A convicção é de Frank Leyman, que participou ontem numa Flash Talks, organizada pela APRITEL.
Membro do serviço público federal belga para as TIC, onde é responsável pelas relações internacionais e pelas relações com a OCDE, Comissão Europeia e Banco Mundial, o responsável partilhou em Lisboa a experiência belga.
Frank Leyman defendeu que a estratégia dos Estados na digitalização dos seus serviços públicos deve, tal como é regra no sector privado, assentar na criação de valor. O primeiro passo será a criação de um backoffice capaz de garantir a segurança da informação, mas também a sua interligação, maximizando o potencial dos dados disponíveis para prestar melhores serviços.
A orientação dos serviços públicos eletrónicos, defendeu, deve estar alinhada com as prioridades dos cidadãos, que passam pela procura de eficiência, velocidade, transparência e menor preço e ter em conta toda a experiência que este tem acumulado, profissional e pessoalmente, com tecnologia e serviços digitais. Não deve descurar o fenómeno das redes sociais ou dos telemóveis e o seu impacto nas expectativas de um utilizador de serviços públicos eletrónicos.
Frank Leyman também defende que a comunicação dos novos serviços digitais adotados pelos governos é fulcral e considera que os Estados deviam recorrer a um marketing manager. Esta figura teria responsabilidade na definição e implementação da melhor estratégia de comunicação dos serviços digitais que um Estado à procura de mais eficiência vai implementando. Esse papel seria desempenhado tendo em conta as atividades do CIO, responsável pelo alinhamento das políticas TI.
Tal como Portugal, a Bélgica adotou um cartão eletrónico de identificação que é usado para identificar o cidadão perante o Estado nos mais diversos serviços, mas que também é aplicável a vários serviços privados.
O Estado belga, como explicou o responsável, disponibiliza a informação necessária para que os privados possam desenvolver aplicações que potenciem a utilização deste documento de identificação em mais serviços. Todas as aplicações, antes de começarem a ser usadas têm de ser certificadas, um processo que verifica o cumprimento de um conjunto de requisitos, nomeadamente ao nível da privacidade dos dados.
Um exemplo de uma aplicação privada do cartão eletrónico de identificação, fornecida por Frank Leyman, é o das máquinas automáticas de bebidas, que para dispensarem bebidas alcoólicas exigem a introdução do cartão de identificação para confirmação da idade.
Esta Flash Talk, organizada pela APRITEL, tinha como tema "Estado Magro, Estado Saudável".
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Microsoft: 50 anos de história e os marcos da empresa que redefiniu o software na computação pessoal -
App do dia
Pondlife é um jogo relaxante que ensina mais sobre os peixes e animais marinhos -
Site do dia
Aprenda acordes de guitarra gratuitamente através do FretMap -
How to TEK
Instagram muda layout e substitui quadrados por retângulos nos perfis. Como se adaptar ao novo formato?
Comentários