O porta-voz da Comissão Europeia para assuntos de Soberania Tecnológica, Thomas Regnier, afirmou esta terça-feira que os países da União Europeia deviam restringir ou excluir a Huawei das suas redes móveis 5G, considerando que a empresa chinesa representa um risco maior, avança a Lusa. Acrescenta que a falta de ação rápida expõe a União Europeia como um todo a um risco claro. 

As declarações surgem após a Espanha ter anunciado um contrato com a Huawei para o armazenamento de escutas judiciais, levantando preocupações em Bruxelas. Até os Estados Unidos avançam questionaram a sua partilha de informações com o país. 

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O porta-voz da Comissão diz que desde 2019 tem vindo a pedir aos Estados-membros que tomassem medidas concretas para avaliar os riscos que o desenvolvimento da rede 5G poderia representar para a cibersegurança, onde se alertava contra a Huawei. Essas recomendações continuam válidas, segundo Thomas Regnier.

De recordar que em 2020 a União Europeia criou uma toolbox para garantir a segurança das redes 5G. As ferramentas ofereciam medidas para uma estratégia coordenada entre os Estados-membros, tendo como objetivo diminuir os principais riscos relacionados com a adoção do 5G. Considerou-se que as redes 5G oferecem aos atacantes mais potenciais pontos de entrada, devido à sua arquitetura menos centralizada, à capacidade computacional inteligente de proximidade, à necessidade de um maior número de antenas e à sua maior dependência de software.

Em 2023, Bruxelas alterou o discurso e deixou ao critério dos Estados-membros a decisão de que fabricantes deixariam de fora do desenvolvimento do 5G. Em setembro desse ano, a Comissão Europeia apoiou a decisão de Portugal de expulsar a Huawei das redes 5G no país. Decisão que levou a fabricante chinesa a apresentar uma ação no Tribunal Administrativo