Os números apurados pela Anacom para 2015 mostram que o telefone fixo voltou a ter lugar em boa parte das residências portuguesas. Revelam que no final do ano passado existiam 45,1 acessos principais por cada 100 habitantes, um número que traduz um crescimento de 0,9 pontos percentuais face a 2014 e permite atingir a taxa de penetração mais elevada desde que o regulador trata este tipo de dados.

Embora o número de telefones fixos em casa das famílias portuguesas continue a crescer, o número de minutos de conversação realizados caiu 15% para 6,5 mil milhões de minutos, na maior queda dos últimos cinco anos.

As duas tendências explicam-se com o número crescente de adesões a pacotes 4P e 5P, que incluem serviços móveis e fixos de telefone e Internet, para além da televisão. O utilizador não paga mais para ter telefone fixo e por isso instala a linha, mas precisa cada vez menos de a usar porque os tarifários móveis integrados nos mesmos pacotes incluem minutos que podem ser usados para qualquer rede, sem discriminação de preço.

Na nota de imprensa que divulga os números, a Anacom também refere o impacto da utilização crescente dos serviços de voz e vídeo fornecidos pelos operadores Over The Top, de que são exemplo o WhatsApp, o Messenger ou o Skype. No início de 2015 37% dos portugueses recorriam a este tipo de serviços, dados apurados no estudo da Comissão Europeia "Information and communication technologies in households and by individuals".

A Anacom refere ainda que no final de 2015 existiam 3,8 milhões de clientes de serviços fixos de telefonia, num crescimento de 2,9% face ao ano anterior. A maior parte (46,3%) eram clientes da MEO.  A NOS registou uma quota de 36,6% e a Vodafone aumentou o número de clientes para uma quota de 12,3%.