Graças a fusão da tecnologia dos telefones celulares com as câmaras digitais, os sistemas de vídeo em circuito fechado (CCTV) são cada vez mais fáceis de utilizar, dispensando a utilização de fios. Um dispositivo da Nokia dirigido ao mercado de consumidores, que a fabricante finlandesa irá lançar este mês é exemplo disso mesmo, de acordo com a revista britânica New Scientist.

Trata-se de uma câmara capaz de captar imagens com elevada resolução e enviá-las para um telemóvel com MMS ou um PC quando accionada por uma mensagem de texto. O aparelho pode ser colocado em qualquer lugar sem despertar muitas atenções, observando e esperando até que alguém no seu campo de visão se mova. Em alternativa, pode ser accionada mediante o envio de uma mensagem de texto a partir de qualquer local do mundo.

Na sequência da activação, a câmara tira uma imagem e envia-a para um telemóvel com MMS ou endereço de email. A capacidade de visualizar imagens em infra-vermelhos permite ver no escuro e um microfone incorporado pode mesmo escutar conversas. A câmara funciona em todas as bandas de frequência e pode ser utilizada na maior parte dos países do mundo.

Ao contrário das imagens granulosas captadas pelos telemóveis MMS actuais, a Nokia
Observation Camera
, com um custo de cerca de 420 euros, pode tirar imagens de alta resolução de 640 x 480 pixels. Isto significa que é equiparada pela legislação comunitária a um sistema de vigilância. Por isso, as pessoas que a adquirirem terão que efectuar o seu registo junto das autoridades nacionais de protecção de dados enquanto utilizador de sistemas
CCTV.

De acordo com a legislação comunitária, qualquer agente de autoridade pode solicitar a um utilizador registado para consultar as imagens que gravaram, excepto no caso de se tratar de situações em que a câmara é empregue para vigiar o carro na garagem ou na rua da sua casa. Mas estas excepções não abrangem a vigilância de outras pessoas e das suas casas ou carros.

Segundo esta notícia, os especialistas em protecção de dados receiam que a proliferação súbita de câmaras de vigilância sem fios poderá ser utilizada para fins ilegais por determinadas pessoas e que eventuais intrusos possam interceptar as imagens. Para além disso, os grupos de defesa das liberdades civis estão preocupados com o facto de que a partir de agora as pessoas poderão esconder câmaras intrusivas quase em qualquer lugar.

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