O Square Kilometre Array ou SKA vai ser o primeiro radiotelescópio transcontinental alguma vez criado. Vai somar 3.000 antenas parabólicas e um milhão de antenas dipolo, a que se vão juntar antenas de média frequência, distribuídas pela Austrália, Nova Zelândia, Africa do Sul, Moçambique, Namíbia, Botswana, Gana, Quénia, Madagáscar, Ilhas Maurícias e Zâmbia e conseguirá aumentar o ritmo de observação celeste em 10 mil vezes, com uma sensibilidade 50 vezes superior.



O projeto acaba de garantir a aprovação que dá luz verde à instalação das 200 primeiras antenas parabólicas na África do Sul e 100 mil antenas dipolo (idênticas às varetas de um guarda-chuva gigante) na Austrália. Entre si, as antenas estarão ligadas por cabos de fibra ótica terrestres e submarinos, a infraestrutura para gerar um tráfego que se prevê 100 vezes superior ao gerado pela Internet nos dias de hoje.



A construção do primeiro conjunto de antenas prepara a primeira fase do projeto, que arranca em 2018 e se estende até 2023, uma fase que estará sobretudo centrada na Africa do Sul e na Austrália. Só entre 2023 e 2030 avança a segunda fase, já depois de realizadas as primeiras observações a partir da estrutura, o que se espera venha a acontecer em 2020.



O projeto conta já com a participação formal de 11 países, mas o número irá aumentar com a formalização de uma organização internacional que assumirá a coordenação do projeto.



Portugal participa para já através de um consórcio, o Engage SKA - Enable Green E-Sciences for the SKA, que tem como missão desenvolver sistemas de energia sustentáveis para o projeto. Junta nessa estrutura cinco entidades de investigação e sete empresas. Está também previsto que passem por Portugal, sobretudo pelo Alentejo, alguns dos testes importantes para tomar decisões relativamente à segunda fase do SKA, escreve o Público, que avança a notícia. Já em maio começam a ser instaladas condições para trabalhar nesse domínio, como a criação de uma minicentral solar.



Portugal pode vir a ter uma participação ainda mais ativa no projeto, se se tornar membro da Organização do SKA, algo que implica o pagamento de uma taxa de entrada e de uma quota anual. A Fundação para a Ciência e Tecnologia está a negociar a adesão de Portugal, avança ainda o diário.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico