Os mais recentes dados da Anacom, relativos à semana de 15 a 21 de março, altura que se iniciou uma nova fase de desconfinamento em Portugal, dão conta de uma diminuição de 4% do tráfego de dados móveis em relação à semana anterior. Já o tráfego de voz fixa registou um decréscimo de 1% face ao mesmo período.
O relatório da entidade reguladora detalha que o tráfego de dados total se manteve inalterado face à semana anterior. O valor foi 97% superior ao contabilizado no período anterior à pandemia e ficou 18% acima do verificado na semana 16 a 22 de março, altura em que o primeiro Estado de Emergência começou.
O tráfego de voz total também se manteve inalterado na semana de 15 a 21 de março. O valor foi 16% superior ao que se registou no período pré-COVID e 20% abaixo do valor atingido na segunda semana de pandemia, período em que atingiu o seu máximo.
Já o tráfego de encomendas postais registou uma diminuição de 6% face à semana anterior. Porém, o número de encomendas no período em análise foi 49% superior àquele que foi registado no período pré-COVID.
A Anacom recorda que, durante o primeiro Estado de Emergência, o tráfego de voz fixa aumentou, em média, 70% acima da tendência de crescimento do período pré-COVID19, enquanto o de voz móvel cresceu 43%. Tendo em conta as medidas excecionais e extraordinárias, ambos os indicadores apresentaram crescimentos entre os 61-62% e 41%-47%, respetivamente.
Com a entrada em vigor do Estado de Contingência e de Calamidade verificou-se uma aceleração do tráfego de voz. Aqui o tráfego de voz fixa e o tráfego de voz móvel aumentaram adicionalmente 1,6% por semana e 0,8% por semana em relação face ao período anterior. No segundo Estado de Emergência registou-se um abrandamento devido aos feriados em dezembro.
Após a entrada em confinamento em janeiro deste ano, registou-se um novo pico no tráfego de voz seguido de um decréscimo. A entidade reguladora explica também que, desde o início da pandemia, nas semanas em que ocorreram feriados, o consumo de tráfego de voz fixa e móvel diminuiu 10% e 8%, respetivamente.
O tráfego de dados fixos é o que mais tem crescido desde a entrada em vigor das medidas associadas à COVID-19. Estima-se que durante o primeiro Estado de Emergência cresceu cerca de 63% acima da tendência de crescimento do período pré-COVID19. Após esse período, o crescimento variou entre 37% e 43%.
Com o Estado de Contingência e de Calamidade registou-se uma nova aceleração do tráfego de dados, se bem que com um crescimento adicional de mais 1,6% por semana. Durante o segundo Estado de Emergência atingiram-se dois picos no tráfego de dados fixos nas semanas em que foram concedidas tolerâncias de ponto e em que ocorreu um feriado. Também foram estabelecidos novos máximos históricos após o restabelecimento do dever geral de recolhimento domiciliário em janeiro deste ano.
O tráfego de dados fixos, que representa 96% do total deste indicador, é o tipo de tráfego que apresenta o maior desvio face à semana anterior à declaração de pandemia (+103%) e situa-se 18% acima do tráfego atingido na segunda semana da crise de saúde pública.
O tráfego de voz móvel, que que representa 90% do total deste indicador, foi 18% superior ao verificado no período pré-COVID e 17% inferior ao tráfego registado na segunda semana de pandemia na qual ocorreu o seu máximo histórico.
O tráfego de voz fixa ficou 1% acima do registado antes da pandemia e 37% abaixo do alcançado na segunda semana de pandemia COVID-19. Em comparação com o período pré-pandemia, o número de acessos em local fixo cresceu 2,5% e o número de acessos móveis diminuiu 0,1%. Os planos móveis pós-pagos aumentaram 3,5%, enquanto os pós-pagos residenciais subiram de 4%.
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