A Anacom revela que, no terceiro trimestre deste ano, a pandemia de COVID-19 continuou a contribuir para o elevado crescimento do tráfego de voz, aumentou 13,2% face ao mesmo período em 2019.

Os dados detalham que as alterações nos padrões de consumo tiveram um forte impacto no número de minutos de conversação por acesso de voz móvel, que atingiram, em média, 236 minutos por mês. O valor representa uma subida de 15,4% em relação ao período homólogo no ano anterior.

A entidade reguladora estima que a pandemia tinha provocado um aumento de 6,9% do tráfego médio por acesso. A duração média das chamadas foi de 183 segundos por chamada, representando um aumento de 24 segundos (mais 14,8%) do que em 2019.

Por tipo de chamada, o crescimento verificado no tráfego de voz em minutos foi resultado do aumento do tráfego off-net, com mais 18,3%, e on-net, com mais 11,9%. A Anacom registou também um aumento no que toca ao tráfego móvel-fixo, mais 22%, e com destino a números curtos e não geográficos, mais 18,3%. Já o tráfego com destino a redes internacionais diminuiu 30,7% face ao ano anterior, devido aos efeitos da pandemia.

No que toca ao tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel, a entidade reguladora registou um aumento de 25,6% face ao terceiro trimestre de 2019, explicado pelo aumento da intensidade de utilização do serviço.

Foi também verificado um aumento na ordem dos 25,1% do tráfego médio mensal por utilizador ativo de Internet móvel. Cada utilizador de banda larga móvel consumiu, em média, 5,3 GB por mês

O tráfego médio mensal gerado através de PC/tablet/pen/router atingiu os 23,6 GB, mais 40,1% do que no período homólogo em 2019. A Anacom explica que o “efeito sazonal associado ao Verão” e “o eventual impacto da COVID-19 e das ofertas promocionais lançadas pelos prestadores de maior dimensão no segundo trimestre de 2020, contribuíram igualmente para a evolução ocorrida”.

No final do terceiro trimestre deste ano, a penetração do serviço móvel ascendeu a 165,7 por 100 habitantes. Considerando apenas os acessos móveis com utilização efetiva, a taxa de seria de 119,4. Se fossem excluídos os acessos afetos exclusivamente a serviços de dados e acesso à Internet, a penetração dos serviços móveis seria de 114,2 por 100 habitantes. A penetração de acessos móveis comercializados em pacote ou com serviços prestados em local fixo foi de 46 por 100 habitantes.

O número de acessos móveis preparados para utilizar o serviço alcançou os 17,1 milhões. Do total, 12,3 milhões foram efetivamente utilizados. Fora do número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número ascendeu aos 11,8 milhões.

O número de assinantes que efetivamente utilizaram o serviço diminuiu 226 mil assinantes, menos -1,8% em comparação com o mesmo trimestre do ano anterior. Segundo o regulador, a situação é explicada pela evolução dos planos pré-pagos, que estão em queda desde 2013, e que representam agora 38,7% do total de acessos efetivamente utilizados. Os planos pós-pagos e híbridos mantiveram a tendência de crescimento que se tem verificado desde 2012.

No período em análise, a penetração da Internet móvel foi de 78,5 por 100 habitantes, menos 0,2 pontos percentuais do que em 2019. O número de utilizadores do serviço móvel de Internet fixou-se em 8,1 milhões, apresentando uma diminuição de 0,1%.

No que respeita ao roaming, registou-se um decréscimo em todos os tipos de tráfego, destacando-se o de Internet (-25,4% no caso do roaming in e -25,2% no caso do roaming out. A queda registada em todos os tipos de tráfego terá resultado da quebra de viagens internacionais decorrentes da pandemia.

A MEO foi o prestador com a quota mais elevada dos acessos móveis ativos com utilização efetiva, com 40,6%. Segue-se a Vodafone, com 30,2%, a NOS, com 26,4%, e a NOWO, com 1,6%.

No caso das quotas de assinantes de acesso à Internet em banda móvel, a quota da MEO foi de 38,5%, seguindo-se a NOS com 30,1%, a Vodafone Portugal com 29,0% e a NOWO/Onitelecom com 2,1%. A NOS detém a quota mais elevada de tráfego de Internet em banda larga móvel, com 45,2%, seguida da MEO e da Vodafone, 28,0% e 26,3%, respetivamente.