A Anacom revela que as medidas tomadas para evitar a propagação da COVID-19 resultaram num crescimento do tráfego mensal no serviço móvel e da duração média das chamadas. O regulador do mercado afirma que, no fim dos primeiros três meses do ano, a duração média das ligações por telemóvel atingiu um “máximo histórico” de 184 segundos.

De acordo com os mais recentes dados da Anacom, o tráfego de voz móvel aumentou 11,9% face ao período homólogo, chegando aos 7,9 mil milhões de minutos. O aumento foi influenciado pela declaração do estado de emergência a 18 de março e na semana de 16 a 22 de março, o tráfego de voz móvel em minutos aumentou 39% face à semana anterior.

As novas formas de consumo dos portugueses também tiveram um impacto no número de minutos das conversas por acesso de voz móvel: em média 223 por mês. O valor representa um aumento de 23,1 minutos face ao mesmo período em 2019.

Tendo em conta o tipo de chamadas realizadas durante o período em análise, o crescimento verificado no tráfego de voz em minutos resultou do aumento de 16,9% do tráfego off-net de 8,4% on-net. Segundo a Anacom, o tráfego com destino a redes internacionais diminuiu 0,1% depois de uma subida há já 14 14 trimestres consecutivos.

No que toca ao tráfego de acesso à Internet em banda larga móvel houve um aumento de 41,3% em relação ao primeiro trimestre de 2019. A Anacom estima que nas primeiras quatro semanas do estado de emergência, o tráfego de dados móveis tenha crescido, em média, cerca de 8,5%.

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A utilização de dados móveis por utilizador ativo também aumentou 31,4% por mês. Cada utilizador de banda larga móvel consumiu em média 4,3 GB por mês. Recorde-se ainda que as três maiores operadoras nacionais ofereceram aos seus clientes 10 GB de dados móveis no início do período em que vigorou o estado de emergência.

O número de acessos móveis habilitados a utilizar o serviço situou-se nos 17,3 milhões. Do total, 12,2 milhões foram efetivamente utilizados. Sem contar com o número de acessos através de PCs, tablets, pen ou router, existiam 11,7 milhões de acessos móveis.

A Anacom indica que a MEO foi a operadora com a quota mais elevada dos acessos móveis ativos com utilização efetiva, com 41,5%. Segue-se a Vodafone, com 30,1%, e a NOS, com 25,8%. Face ao primeiro trimestre de 2019a quota da NOS aumentou 0,9%, enquanto a da MEO e da Vodafone diminuíram um 1% e 0,1% pontos, respetivamente.

No primeiro trimestre de 2010 existiam cerca de 8 milhões de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet, mais 5,4% do que em 2019, correspondendo a uma penetração de cerca de 78,3 por 100 habitantes. De acordo com a entidade reguladora, o crescimento está associado ao aumento de 5,8% dos utilizadores de Internet móvel, à massificação dos smartphones e ao desenvolvimento das aplicações móveis.