"No final de uma semana de esforços desenvolvidos para restabelecer as operações da Vodafone Portugal após o ciberataque, ainda que possam vir a verificar-se situações de instabilidade pontual, a rede encontra-se estabilizada, o que inclui, além da voz móvel e fixa, também os serviços de dados e de televisão", explica a empresa em comunicado.
A operadora tem vindo a partilhar atualizações sobre a evolução da situação e a transparência com que abordou o ataque informático de grande dimensão de que foi alvo tem sido elogiada por vários especialistas contactados pelo SAPO TEK.
Depois de ter comunicado que estava faseadamente a repor as operações, a Vodafone diz que "hoje foi um dia especialmente dedicado ao restabelecimento da totalidade das funcionalidades especificas para clientes empresariais, encontrando-se a mesma praticamente concluída".
Mesmo assim, "do ponto de vista interno, há ainda muito trabalho pela frente para assegurar a total sustentabilidade da operação em aspetos que, não penalizando a disponibilidade dos serviços, impactam a Empresa", admite.
A Vodafone Portugal explica no mesmo comunicado que "os últimos dias foram de trabalho muito intenso para as equipas da Vodafone, que permitiram – após a enorme disrupção de que a Empresa foi alvo – repor em menos de 24 horas o equivalente a uma década de inovação tecnológica, passando de 2G/3G para 4G/5G".
Ataque à Vodafone foi feito através de dados roubados e número de telefone clonado a funcionário
As informações sobre o ataque à Vodafone continuam a chegar e segundo a RTP, os hackers conseguiram obter as credenciais de um trabalhador da empresa para penetrar no sistema. Segundo avança o canal, foram obtidos o login e palavra-passe, mas também o cartão do seu telemóvel foi clonado, ultrapassando assim a verificação de dois passos.
O canal diz que o ataque teve um planeamento de muitos meses. O funcionário com acesso privilegiado ao sistema de dados foi monitorizado pelos hackers até à oportunidade de lhe roubar as credenciais. O objetivo seguinte foi chegar às estruturas centrais da operadora e destruí-las.
Desde ontem que a Vodafone se encontra em fase de resolução, deixando a informação aos seus clientes que o volume de utilizadores ainda afetados é residual. A operadora criou um website com todas as atualizações que os clientes podem consultar no endereço.
Este foi o mais grave ataque informático a uma operadora de comunicações em Portugal e até agora não há nenhum grupo a reclamar a autoria ou a pedir resgate. Os especialistas temem que possa ser um indício de algo mais grave, sobretudo devido à onda de ataques informáticos que se registou no início deste ano.
Num relatório divulgado hoje pela ESET, nos últimos quatro meses de 2021, o aumento das ameaças foi de 17,5% face ao quadrimestre anterior. Os ataques do tipo Remote Desktop Protocol cresceram 967%, segundo dados do relatório. Num outro estudo da MDS Research, é referido que apesar de mais de um terço dos empresários e gestores identificarem o risco cibernético, menos de 1% das empresas têm a ferramenta de transferência de risco para as seguradoras.
Este ano já se contabilizam quatro ataques em Portugal: a Impresa logo no dia 2 de janeiro mas também o site da Assembleia da República, a Cofina e esta semana a Vodafone foram alvo de ataques informáticos que em alguns casos levaram à destruição de dados ou à paralisação de serviços. Já ontem a TIN, dona da Visão, foi também alvo de uma tentativa de ataque e hoje também os laboratórios Germano de Sousa foram atacados.
Nota da Redação: notícia atualizada às 18h12
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