A tendência não é nova. Nos últimos trimestres, os dados analisados pela Anacom apontam a mesma conclusão a que foi possível chegar com os números relativos ao período entre julho e setembro. O volume de dados gasto pelos portugueses, quando navegam na internet a partir de ligações de acesso fixo, bateu mais um recorde.

O tráfego total de Internet em banda larga fixa aumentou 10% nesse período, em comparação com igual período do ano passado. O tráfego médio mensal por acesso também cresceu, 7,2%, para uma média de 301 GB consumidos.

Neste período verifica-se também que o número de acessos de banda larga fixa aumentou em 113 mil, para um total de 4,7 milhões. Em percentagem, o avanço reflete um crescimento de 2,5%, o menor desde que há dados compilados sobre este tema (2001).

A fibra continua a ser o motor de crescimento dos acessos de banda larga fixa. Representa já 68% do total, mais 2,4 pontos percentuais que no mesmo período do ano passado. Nos últimos 12 meses, o número de acessos baseados em fibra ótica aumentou 6,2%.

Enquanto a fibra continua a ganhar tração, outras tecnologias de acesso continuam a perder terreno, como acontece com o cabo cujo número de ligações caiu 2,8%, para 24,4%. O número de acessos fixos suportados em redes móveis também caiu - 3,2% para 5% e aconteceu o mesmo com o ADSL, que já só representa 2,1% dos acessos. No trimestre em análise a penetração da tecnologia, que tem vindo a ser substituída por ligações com fibra, caiu 28,1%.

A grande maioria dos acessos fixos à internet tiram partido de ligações ultra rápidas, com um débito igual ou superior a 100 Mbps. A Anacom recorda a propósito que segundo os dados mais recentes, de julho do ano passado, Portugal era o quarto país da UE com maior proporção de acessos com velocidades de download iguais ou superiores a 100 Mbps.

Entre os prestadores de serviço com presença mais forte no mercado, a liderança continua a ser da MEO (41,3%), que no período em análise reforçou essa posição em 0,2 pontos percentuais, seguida do grupo NOS, que assegurou uma quota de 33,7%, da Vodafone (21,9%) e da Nowo (2,6%). A quota da NOS manteve-se sem alterações no terceiro trimestre, as quotas da Vodafone e Nowo desceram ligeiramente (0,2 e 0,1 pontos percentuais). Considerando apenas os acessos residenciais, mantêm-se as posições: MEO (39,5%), NOS (35,8%), Vodafone (21,1%) e Nowo (3,0%).

A taxa de penetração de banda larga fixa entre clientes residenciais, apurou também a Anacom, foi de 92,7 por 100 famílias, menos 0,3 pontos percentuais do que no mesmo período no ano anterior. A variação reflete uma alteração na estimativa anual de agregados domésticos privados do Instituto Nacional de Estatística, que aumentou.