A venda de netbooks em Portugal representa actualmente perto de 10 por cento do total apurado para o mercado de portáteis, segundo os dados compilados pela Toshiba no seu mais recente Observatório.

A fabricante diz encarar o fenómeno como um factor de ampliação do mercado e não como uma ameaça, embora aponte algumas condicionantes ao conceito.

[caption]Jorge Borges[/caption]
TeK: Hoje o netbook é encarado como um "potenciador" do mercado de portáteis. Como analisa o conceito a médio prazo?

Jorge Borges:
A médio prazo é difícil dizer porque o conceito de netbook hoje é diferente do conceito de netbook há uns meses atrás.

O conceito de netbook tem vindo a evoluir mantendo uma variável inalterável: o preço. Mas para atingirmos preços bastante mais baixos do que o preço médio dos outros portáteis estamos, também, a falar de retirar funcionalidades.

Não acreditamos que possa haver uma evolução do netbook no sentido de serem acrescentadas mais funcionalidades sem que se registe um aumento do preço. Subindo os preços, o conceito deixaria de resultar.

Achamos que existe um mercado específico para o netbook que é o mercado do preço baixo, maioritariamente aproveitado pelos utilizadores para comprarem pela primeira vez ou para comprarem uma segunda máquina.

Um segundo aspecto relevante é a experiência de utilização. Notamos que entre os utilizadores existe um problema de gestão de expectativas: as pessoas compram o netbook a pensar que é um PC portátil barato, mas na realidade estão a comprar um PC portátil com funcionalidades e características muito básicas.

Há obviamente um potencial neste mercado: os netbooks não estão a canibalizar o resto do mercado, pelo contrário, são um factor de crescimento do mercado, mas não serão um fenómeno significativo.

Para ter viabilidade, a longo prazo o conceito vai ter, eventualmente de mudar. Com a experiência de utilização que está a ser oferecida, os consumidores vão perceber que afinal não era aquilo que pretendem e numa próxima compra vão considerar outros factores.