As falhas de segurança que afectaram grandes empresas e entidades públicas continuam a dominar as notícias sobre segurança, aumentando as preocupações entre as empresas. A este propósito o TeK colocou algumas questões ao Country Manager da WatchGuard Espanha e Portugal.

"Em Portugal as empresas estão cada vez mais preocupadas com a segurança dos seus dados internos e que começam a perceber a necessidade de maximizar a segurança das contas de email, um dos principais veículos de informação interna e que muitas vezes origina a perda ou roubo de informação ou divulgação de informação confidencial a terceiros", refere este responsável que falou também do posicionamento da marca numa altura em que a WatchGuard reforçou o seu investimento em Portugal e tem vindo a ganhar uma nova dinâmica no mercado português com a ajuda de novos distribuidores.

[caption]Carlos Vieira da WatchGuard[/caption]

TeK: Qual é a vossa estratégia para o mercado português, numa altura em que o nível de competitividade nesta área de soluções de segurança está bastante elevado?

Carlos Vieira:
Analisamos o alto nível de competitividade como mais uma oportunidade no mercado, atendendo que as soluções têm que ser cada vez mais potentes e eficazes e, é para isso que nós trabalhamos. Olhamos para o mercado e com 15 anos de experiência no desenho de soluções de segurança, percebemos facilmente quais as principais necessidades para cada fase tecnológica, para cada cliente e para cada problema apresentado. Para o mercado português cremos que o principal défice de segurança localiza-se ao nível do end user e estamos a desenvolver estratégias de marketing junto do nosso distribuidor em Portugal, que é a Ajoomal, mas também com incentivos a todos os resellers que têm igualmente desenvolvido um papel fundamental.
A nível de produto temo-nos focado em soluções de segurança XTM para as pequenas e médias empresas, já que se trata de soluções que permitem proteger os dados da empresa contra a nova geração de ameaças incluídas nas aplicações mais populares da Web 2.0, nomeadamente Facebook, Twitter, Messenger, entre outros. Esta solução permite o controlo total por parte dos administradores, sob a forma e rentabilidade da utilização destas ferramentas pelos funcionários das empresas. Com esta solução, as empresas passam a ter um controlo absoluto e detalhado sobre a utilização de aplicações Web 2.0. Para as grandes empresas apostamos em soluções mais robustas e flexíveis e vamos realizar uma forte aposta na nova gama de Firewalls de Nova Geração. Esta nova gama, foi concebida especificamente para a segurança de Grandes Empresas e Fornecedores de Serviços de gestão de Segurança. Tem-se revelado muito eficaz em ambientes corporativos que exigem uma alta performance de firewall, um controlo de aplicações e de um sistema de prevenção de intrusão (IPS).
A nossa estratégia para Portugal passa ainda por trabalhar o nosso canal de distribuição, pretendemos reforçar as relações com os nossos parceiros certificados e ao mesmo tempo aumentar a nossa rede de partners localizados por sectores verticais, geograficamente e por dimensão de empresa.

Estamos a percepcionar que em Portugal as empresas estão cada vez mais preocupadas com a segurança dos seus dados internos e que começam a perceber a necessidade de maximizar a segurança das contas de email, um dos principais veículos de informação interna e que muitas vezes origina a perda ou roubo de informação ou divulgação de informação confidencial a terceiros. Nesta área também pretendemos oferecer mais e melhor informação sobre as soluções WatchGuard XCS que disponibilizamos com focos em encriptação de email e prevenção de perda de dados, sendo que esta solução começa a ser cada vez mais procurada pelas empresas nacionais. As nossas ferramentas evitam a fuga de dados confidenciais, um tópico que preocupa cada vez mais os nossos clientes e no qual temos um importantes papel, já que evitamos a fuga de dados por email para além de HTPP, HTTPS, FTP, entre outros protocolos.

TeK: Pela vossa experiência, qual é o nível de maturidade das empresas portuguesas, especialmente das PMEs, na área de segurança da informação?
Carlos Vieira:
Muito reduzida, consideramos que as empresas portuguesas têm ainda um enorme caminho a percorrer e, não só ao nível de segurança mas também pela falta de controlo geral da utilização das redes internas. Todos sabemos que parte dos problemas do nosso país, deve-se ao reduzido índice de produtividade da maioria das empresas. Uma utilização irrefletida da internet, e sem controlo, aumenta o risco de insegurança, torna o fluxo de informação mais lento e claramente diminui a produtividade dos Recursos Humanos (RH), entre outros desfechos menos felizes para a empresa. Estamos a ter bastante sucesso na venda das nossas soluções de Apllication Control, que por exemplo, possibilita que as organizações permitam o acesso ao Facebook por parte do funcionários do departamento de Marketing, pelo excelente veículo de informação em que se tornou esta ferramenta, mas podem bloquear as sub-aplicações. Mafia Wars, FarmVille ou Chat Facebook, são sub-aplicações que não trazem qualquer retorno à empresa, pelo contrário provocam perda de produtividade e são um rápido condutor de distribuição de malware. Fundamentalmente controlando as aplicações e páginas Web que os RH utilizam durante os horários laborais, as empresas podem rentabilizar os investimentos e aumentar o seu desempenho na sua faturação, tornando as mesmas, mais produtivas.


TeK: Em tempo de crise e de redução de investimentos, os produtos de segurança da informação são dos que sofrem maiores cortes ou as recentes notícias de ataques bem sucedidos (pelo menos aparentemente) a gigantes das tecnologias ajudam as empresas a reforçar a aposta nesta área?
Carlos Vieira:
Apesar da crise económica que tanto afeta o País e os portugueses, continuam a existir empresas que veem os investimentos na área da segurança não como um gasto, mas como um investimento. As empresas que se regem por princípios estruturais sólidos investem em soluções que potenciam o negócio e claramente que se reflete nos resultados. Os ataques são, atualmente, mais agressivos e frequentes, por vezes desastrosos para as empresas. Reforçar a aposta nesta área é sinónimo de redução de riscos e de downtimes, é aumentar a produtividade, a motivação das equipas e consequentemente a faturação da empresa. Um dos factores que impulsiona também os investimentos na área da segurança é a imposição legal que se tem vindo a mostrar cada vez mais ativa e menos flexível com o incumprimento de regras legislativas de softwares pirateados que não cumprem as normas mínimas de segurança.

Fátima Caçador