A espanhola Indra anunciou no passado dia um de agosto a compra da Politec, uma das principais empresas brasileiras de Tecnologias da Informação, garantindo uma posição de relevo nos mercados da energia, serviços financeiros e Administração Pública daquele país da América Latina.



O negócio aumenta em 7 por cento o peso das operações internacionais e faz do Brasil o mercado estrangeiro mais relevante para a tecnológica espanhola, fortemente orientada para as TI no sector da energia, transportes e indústria.


No dia em que o negócio de cerca de 100 milhões de euros foi anunciado, o TeK falou com a empresa para perceber o potencial impacto da operação no mercado português, dirigido pelo mesmo CEO que a operação brasileira.



Hoje publicamos as respostas.



TeK: A Indra acaba de anunciar um negócio de 100 milhões de euros no Brasil. Em termos de posicionamento naquele mercado o que garante a Indra com a operação?

Indra:
Com a aquisição da Politec a Indra converte-se num dos principais players no mercado de serviços de TI no Brasil, com uma posição diversificada e relevante nos principais mercados verticais em que a empresa opera.

Esta operação apresenta várias sinergias comerciais, tanto pela incorporação da carteira de soluções da Indra na rede comercial e base de clientes da Plolitec, como pela possibilidade de abordar projectos de maior envergadura. A empresa vê ainda reforçado o seu potencial de crescimento nos mercados de Segurança e Defesa e de Transportes e Tráfego.

Com a incorporação da Politec, o Brasil passa a ser o segundo mercado de vendas para a Indra (10% de Vendas), fazendo da América Latina o principal mercado internacional na atividade da empresa. Passa a representar 22% das vendas totais.



TeK: Que impacto pode ter o negócio na operação portuguesa, já ou a prazo?

Indra:
Não há uma influência directa. Todas as filiais da Indra interagem entre si no sentido de criar sinergias e aproveitar o conhecimento gerado. Este processo de alavancagem é muito positivo para a empresa e para os seus profissionais, que têm a possibilidade de trabalhar em diferentes países e em diferentes situações.

No caso concreto do Brasil o facto de existir o mesmo CEO com responsabilidades nos 2 países facilita esse intercâmbio. Algumas iniciativas já foram lançadas no domínio da partilha de centros de competência em Transportes e em algumas outras áreas tecnológicas.

A questão da língua, comum aos dois países, também é um fator que contribui para uma relação mais próxima nas relações comerciais.

Para Portugal é muito positivo e vai permitir que se explorem essas sinergias.



TeK: Portugal tem hoje que relevância no negócio internacional da Indra?

Indra:
Embora Portugal seja um país pequeno, com uma oferta grande em serviços de TI, e com uma conjuntura económica que todos conhecemos, Portugal é um dos principais mercados de atividade da Indra na Europa.

A Indra abriu o seu primeiro escritório em Portugal em 1997, e tem evoluído de uma forma gradual, com projectos relevantes nos principais setores em que atua, mantendo uma presença estável no país.

A empresa aposta num crescimento sustentável e na especialização dos seus profissionais. Atualmente emprega cerca de 400 colaboradores com elevada qualificação, e no seguimento dos acordos que estabelece com várias universidades, oferece todos os anos estágios remunerados a recém-licenciados, que em alguns casos e após conclusão do estágio passam a integrar os quadros da empresa.

Cristina A. Ferreira




Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico