Decorre entre hoje e quinta-feira em Oeiras mais uma edição do TechDays, evento organizado pela Microsoft e dirigido a profissionais de TI. No pontapé de saída para o arranque do evento Cláudia Goya, directora-geral da operação portuguesa e outros responsáveis da companhia, deram lugar de destaque ao Cloud Computing, que tem assento na oferta da empresa através do Windows Azure e de um leque de outros serviços, como um dos elementos da estratégia dos Três Ecrãs (PC, telemóvel e televisão) e a Nuvem que a empresa quer desenvolver nos próximos anos.

O TeK falou com Cláudia Goya à margem do evento que coloca também no centro das atenções Windows Phone 7, Silverlight 4, Visual Studio 2010 ou SQL Server 2008 R2, os dois últimos com estreia marcada para estas datas e quis saber o que está a mudar na Microsoft, com a orientação crescente da empresa para novos modelos de negócio que fogem ao sistema tradicional, de que são exemplo as ofertas na nuvem.

[caption]Cláudia Goya[/caption]

TeK: A vários níveis a Microsoft está a reforçar a sua aposta nos serviços na nuvem. Que mudanças ou adaptações implica para a operação portuguesa essa estratégia?

Cláudia Goya: Em termos de organização é uma mudança importante que implica bastante formação. Precisamos de ter todos os nossos colaboradores desde logo a viverem estas experiências eles próprios, mas também a saber relatá-las e a serem porta-vozes em primeira mão desta nova realidade. Do ponto de vista da transformação da empresa é sem dúvida uma transformação e o tipo de aposta que estamos a fazer aqui - no evento - ao nível da formação e qualificação técnica, também o estamos a fazer internamente. Não só tecnicamente, mas também ao nível das softskills porque requer uma forma de olhar para o futuro que é diferente e alguma capacidade de adaptação à mudança.




TeK: No relacionamento com os parceiros como estão a trabalhar essa mudança? Toda a vossa rede de parceiros estava programada para uma oferta que começa a estar no mercado de forma diferente?

Cláudia Goya: É um trabalho progressivo, que já estamos a fazer e que sabemos que temos de continuar a fazer. Os nossos parceiros também têm consciência de que esta é uma tendência de mercado. E nós temos todo o interesse em que eles caminhem connosco e em assegurar que a transição é tão suave quanto possível. Qualquer mudança implica sempre um certo grau de disrupção e as respostas só se vão descobrindo à medida que vamos avançando.



TeK: Do lado dos clientes registam reacções positivas?

Cláudia Goya:
As expectativas são muito positivas porque o mercado português é um mercado que é sofisticado do ponto de vista tecnológico. A Microsoft tem de facto essa experiência, quer ao nível do mercado empresarial, quer ao nível do utilizador individual, do consumidor. Temos registado muito interesse por parte dos nossos clientes e dos consumidores.



TeK: Os serviços cloud (na nuvem), como também já referiu, é uma tendência que tende a ganhar cada vez mais espaço. Como vê o futuro e o equilíbrio entre esse modelo de entrega de serviço e o modelo tradicional no qual a Microsoft tem vindo a suportar a sua oferta?

Cláudia Goya: Quando falamos em futuro falamos em coisas que mudam e nesse sentido não há dúvidas de que a cloud é o futuro. Mas, estamos numa sociedade e num momento em que one size doesn't fit all (um tamanho não serve para todos) e onde a questão da flexibilidade é algo importante. É por isso que a Microsoft na sua proposta de valor quer conseguir ter o melhor de dois mundos. Continuar a apresentar um conjunto de soluções da forma como até aqui estávamos habituados a utilizar e consumir e ter toda esta oferta praticamente simétrica da Cloud, o que pode permitir a conjugação e a convivência destas duas realidades da melhor forma.
Acredito que vai sempre depender de organização para organização, de individuo para individuo, o grau ideal de passagem para a cloud. A cloud é sem dúvida o futuro mas a convivência entre os dois modelos vai sempre existir - com um peso crescente deste último - e a capacidade de entregar a melhor solução em cada situação será uma vantagem competitiva para as empresas.