O Grupo SOFT foi criado em 1984, quando a oferta para a área do Software de Serviços era ainda escassa. Nos 25 anos que passaram muita coisa mudou, na opinião de António Fontinha, um dos administradores e director de marketing e qualidade, como fez questão de salientar em entrevista ao TeK.

Só não se alterou a estratégia adoptada desde o início: "fornecer soluções de software de gestão para as mais variadas áreas de actividade e independentes do hardware".

[caption]António Fontinha[/caption]

TeK: Entre 1984 e 2009 muita coisa mudou entre o tecido empresarial português. Como avaliam neste momento o mercado nacional de software e serviços?

António Fontinha:
Neste momento o mercado nacional de software caracteriza-se, quanto a mim, pela existência de uma oferta vasta e diversificada de soluções capazes de responder às necessidades das empresas. Esta disponibilidade verifica-se também na área dos serviços relacionados com as TI pois, hoje em dia, a oferta é cada vez maior.

As grandes multinacionais de Software estão todas no mercado nacional, embora nem sempre com a devida 'localização' das suas soluções e também na área dos Serviços tal se verifica.

TeK: Quais os progressos mais notórios? As PME continuam a olhar para um software de gestão como algo caro e complicado?

A.F.:
A evolução/massificação das alternativas tecnológicas colocadas à disposição dos diversos intervenientes veio ampliar a oferta de soluções e permitiu uma maior procura por parte dos cientes que pretendem informatizar as suas empresas.
Hoje em dia essa visão, do caro e complicado, não é verdadeira a 100 %, isto é, se muitas ainda continuam a pensar assim a maioria já reconhece que tal não é verdade. Essa mudança deve-se à percepção de que hoje em dia não se pode "viver" sem software de gestão.

TeK: Há um ano atrás começavam a notar-se os primeiros efeitos da crise económica. Que diferenças constataram durante estes últimos 12 meses? O investimento em software de gestão ressentiu-se?

A.F.:
As principais diferenças que sentimos foram de dois tipos: o adiamento de decisões (não a decisão de não comprar, mas sim o adiamento da decisão para data mais oportuna, levando a uma forte contenção nas despesas das empresas) e a tentativa de redução de custos principalmente através da renegociação de contratos em vigor.
Se estamos a falar do investimento das empresas enquanto clientes, obviamente que o investimento se ressentiu, tal como acima se refere.
Se estamos a falar no nosso investimento no desenvolvimento e disponibilização de novas alternativas de Software e de Serviços tal já não se verificou pois aproveitámos este período para nos preparar melhor para a retoma, em que estamos a começar a entrar, através da criação de novas ofertas.

TeK: Que soluções estão actualmente as empresas a privilegiar e porquê? É uma tendência de investimento para manter ou pode dizer-se que é "sazonal"?

A.F.:
Quanto a mim, estão a privilegiar soluções abrangentes e baseadas na Web talvez por considerarem que terão assim menores custos.
Não é sazonal, é uma tendência para manter, embora compita a nós, fornecedores de soluções independentes, tecnologicamente avançadas e funcionalmente adequadas às necessidades efectivas das empresas, disponibilizar soluções que não exigem que a empresa se adapte ao software (situação em que viveu o sector durante largos anos), mas bem antes pelo contrário soluções de alta adaptabilidade.

TeK: Face ao momento económico menos favorável, que perspectivas têm para este ano? Estão em linha com os resultados anteriores?

A.F.:
O Grupo SOFT, como não poderia deixar de ser também sentiu a contenção do mercado, razão pela qual deveremos ficar marginalmente abaixo do ano anterior.
No entanto as perspectivas que temos são no sentido de retomar o nosso crescimento já no início do ano, expectativa essa que se baseia nas várias ofertas de que dispomos e nos negócios em curso.