A YET - Your Electronic Transactions resulta de um spin-off da Primavera. A empresa está no mercado das transacções electrónicas com planos para sair de Portugal a médio prazo e explorar a sua proposta de valor num contexto internacional. Eugénio Veiga, general manager, falou com o TeK para explicar detalhes.


TeK: O que determinou o spin-off da Yet da Primavera?

Eugénio Veiga: O spin-off é resultado de dois factores essenciais. Em primeiro lugar, surge como uma consequência da reestruturação sofrida pelo Grupo PRIMAVERA em finais de 2008, que contemplou o isolamento duma oferta distinta da tradicional oferta da PRIMAVERA, por se tratar de uma oferta ao nível de serviços e não de produtos. Outro factor determinante foi a identificação do know-how de que somos detentores ao nível das transacções electrónicas, em oportunidades de negócio fora do tradicional leque de clientes PRIMAVERA, o que motivou a criação da YET para potenciar esta área específica.



TeK: Que aspectos distinguem a vossa oferta de outras propostas no mercado?

Eugénio Veiga:
Em termos de tecnologia, a oferta da YET distingue-se da concorrência pela forma como é integrada nos diversos sistemas de informação das empresas. Esta permite que a adopção das transacções electrónicas seja feita de forma transparente para quem a utiliza, de modo que a emissão de um documento por via desmaterializada não tenha substanciais diferenças face à emissão tradicional em papel. Outra das características diferenciadoras da nossa tecnologia é o facto de permitir que a mesma possa ser integrada por qualquer fabricante de software (ERP ou outras soluções) de uma forma rápida e simples, acrescentando valor às soluções disponibilizadas com a adopção de funcionalidades de transacções electrónicas sem esforço significativo de desenvolvimento.



TeK: A empresa é recente. Que marcos assinalam o percurso até aqui?

Eugénio Veiga: Ao fim de pouco mais de um ano de existência, sem dúvida são marcos para a YET o forte crescimento da carteira de clientes, de todas as dimensões e pertencentes a um vasto leque de sectores de actividade, e o estabelecimento de uma rede de parceiros própria, no sentido de responder de uma forma mais próxima às necessidades dos clientes.

A adopção de tecnologia de transacções electrónicas da YET por parte de outros fabricantes de software é também um factor diferenciador de que nos podemos orgulhar e comprova a percepção que o mercado tem da flexibilidade e qualidade da oferta YET.

[caption]Eugénio Veiga, Yet[/caption]

TeK: A factura electrónica tornou-se uma realidade há bastante tempo mas a sua adopção pelas empresas tem sido relativamente lenta. Qual é hoje a penetração deste tipo de soluções e que aspectos têm contribuído para marcar o ritmo lento de adopção, na sua opinião?

Eugénio Veiga: As transacções electrónicas são adoptadas pelas grandes empresas portuguesas há alguns anos. A democratização da Internet e o surgimento de legislação sobre a factura electrónica vieram alavancar a vontade ou necessidade de adopção deste tipo de tecnologia, independentemente da dimensão da empresa. Embora exista sempre alguma resistência à mudança, a receptividade das PMEs a estas tecnologias existe, por ser reconhecidamente um factor que contribui para a sua eficiência e competitividade quer nacional, quer internacionalmente - propostas de valor da YET para os seus clientes.


Apesar de podermos pensar que estamos muito distantes da realidade da restante Europa, um estudo do Instituto Nacional de Estatística (INE) efectuado em 2009 e publicado em Novembro desse ano, revela-nos que 11,4% das empresas portuguesas com 10 ou mais funcionários emitem facturas electrónicas e que 20,6% das empresas com a mesma dimensão recebem facturas por esta via. A existirem diferenças, estas advirão do rácio entre facturas emitidas em papel versus emitidas por via electrónica. Não existem dados sobre este aspecto do mercado nacional mas, por estarmos no mercado e atentos à realidade fora do país, podemos afirmar que estaremos neste momento abaixo da realidade da restante Europa. No entanto, a tendência em toda a Europa é de crescimento e Portugal não terá uma tendência em sentido inverso, certamente crescerá também, aproximando-se até dos índices de referência.



TeK: E que factores contribuem para essa adesão mais lenta?
Eugénio Veiga:
Alguns dos factores que contribuem para uma adesão mais lenta a esta realidade são os "mitos" de que a adopção deste tipo de tecnologias é muito cara, complicada de implementar e de utilizar. Na linha da frente do mercado das transacções electrónicas, a YET tem trabalhado no sentido de desmitificar este conceito, que pode atrasar a adopção de uma tecnologia com benefícios efectivos para a competitividade das empresas nacionais. Até ao momento, os resultados têm sido claramente positivos.



TeK: Que tipo de empresas (dimensão e sectores) se têm mostrado mais receptivas a este tipo de solução e que poupanças médias registam com a sua adopção?

Eugénio Veiga:
Um serviço transacções electrónicas deve posicionar-se de forma transversal no mercado, focalizado nas empresas que emitem e/ou recebem documentos de índole comercial/contabilística ou apenas logística.

Este universo pode compreender empresas que lidam com um grande volume de documentos - como as prestadoras de serviços e as cadeias de retalho - ou organizações que gerem um reduzido volume de documentos comerciais mas procuram um meio inovador e produtivo para fazê-lo. A YET apresenta soluções para ambos os targets que têm respondido com eficácia à procura do mercado.

Com a adopção da facturação electrónica estimamos existirem poupanças médias de 1,35€ na emissão e 3,40€ na recepção de cada factura, em comparação com o tradicional processo de facturação manual.




TeK: A Yet tem intenções de entrar noutros mercados. Como está definida a vossa estratégia em matéria de internacionalização: quando vai acontecer e que países têm como prioritários?

Eugénio Veiga:
Qualquer empresa com ambições de crescimento não pode deixar de considerar a internacionalização como um factor decisivo para o seu desenvolvimento.

Como empresa com ambições, dos planos da YET obviamente não poderia ser deixada de parte a aposta na internacionalização. A partir de 2011 estaremos especialmente atentos às economias emergentes, onde a realidade das transacções electrónicas esteja a surgir ou em forte crescimento. África pode considerar-se enquadrável neste contexto, como tal é uma possibilidade em estudo.