A Adobe apresentou esta semana a nova versão do pacote de ferramentas de criatividade, a Creative Suite 5.5, que ganha uma série de funcionalidade de publicação digital mas que inova também pelo modelo de licenciamento, que pela primeira vez poderá ser contratado de forma mensal.
Nuno Rocha, Gestor de conta da Adobe para Portugal, responde às questões do TeK sobre a evolução da utilização da Creative Suite e deste novo modelo de subscrição que começa a ser aplicado com este novo pacote.
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TeK: Ainda têm uma percentagem importante de clientes com as versões mais antigas das aplicações da Creative Suite, a CS3 e 4, em Portugal?
Nuno Rocha: Pelo que calculamos, e estou sempre a falar dentro da legalidade, temos ideia de que 30 a 40% dos clientes ainda não migraram para a versão do CS 5, que foi lançada no ano passado. E agora já estamos a lançar a CS5.5. A Adobe, desde a release 4, tem procurado lançar uma Full release a cada 24 meses e uma versão intermédia a cada 12 meses.
Algumas dessas versões intermédias não são pagas, mas não é o caso desta, em que há alterações significativas em cinco das aplicações.
Estamos conscientes de que muitos clientes não migraram porque não sentem a necessidade e não conhecem ainda as novas metodologias de trabalho e workflows das aplicações e não sabem como podem tirar partido das novas ferramentas. Mas também por limitações de hardware, porque têm máquinas com 3 e 4 anos que precisam de fazer um upgrade.
Temos constatado isso e temos feito um trabalho grande com os nossos parceiros, com fabricantes como a HP, que tem as worksations que usamos nas várias acções.
TeK: E com a Apple, continuam a ter parcerias de hardware?
Nuno Rocha: Sim, também temos parcerias com a Apple. Continua a ser nosso parceiro.
TeK: Que percentagem de aplicações de criatividade vendem agora para sistemas Apple face ao Windows? Sei que houve uma grande mudança…
Nuno Rocha: Actualmente a percentagem de vendas da Adobe é de cerca de 70% Windows e 30% Apple, mas há uns anos era ao contrário. Se falarmos no negócio puro e duro de Creative Suite é 50/50, mas continuamos a apostar nas duas plataformas.
TeK: Quem são os principais clientes de Creative Suite em Portugal?
Nuno Rocha: Tudo o que são Agências, empresas de Media, são os grandes consumidores destas ferramentas, desde o Grupo Impresa, Cofina, ControlInvest, Porto Editora… Empresas que têm uma actividade ligada a jornais, revistas e edição de livros são consumidores por excelência de Creative Suite.
Depois temos pequenos ateliers de design, e mesmo grandes empresas que têm o seu próprio departamento de marketing e querem desenvolver algumas coisas. Em vez de ter de pedir à agência para mudar uma página ou um elemento e terem de esperar um ou dois dias - e serem cobrados por isso - começam a usar as ferramentas para o fazer. As aplicações são cada vez mais fáceis de usar e isso facilita este tipo de utilização.
TeK: A Adobe está também a apostar muito na publicação digital, primeiro para a Web, agora para smartphones e tablets, com ferramentas cada vez mais simples e de implementação rápida…
Nuno Rocha: Cada vez mais vamos assistir a essa evolução. A publicação digital evoluiu muito rapidamente. Antigamente havia alguém que desenvolvia para o meio impresso, alguém desenvolvia tudo de novo para a Web, e outra pessoa fazia o mesmo para os telemóveis … Nós apostámos na tecnologia de smartphones desde há muitos anos com o Flash e agora temos ferramentas para criar uma vez e publicar em muitos dispositivos…
TeK: E a rentabilização dos conteúdos, faz também parte da estratégia?
Nuno Rocha: Sim. Sabemos que cada vez mais faz sentido a rentabilização dos conteúdos digitais e tentamos dotar os nossos clientes das ferramentas para rentabilizar o seu investimento, seguindo a filosofia "converter cêntimos em milhões" que está a ser usado no mundo das aplicações.
Os editores estão a deixar de ter o rendimento que tinham nos meios tradicionais e têm que rentabilizar estas novas plataformas, com valor acrescentado, onde conseguimos ter vídeos dentro das publicações. Isto para não falar nas Apps, que são claramente o futuro.
Esta semana lançámos também o Digital Publishing, uma ferramenta que permite converter conteúdos criados para InDesign para iPad e iPhone. É uma suite diferente, com um modelo de negócio diferente - em que podemos comprar e licenciar mas também ter em modelo hosted, em que paga um fee anual, mas é medido também pelo número de publicações suportadas.
Já temos alguns clientes em Portugal que usam um modelo semelhante com o Content Server, em que pagam um fee por cada livro editado pelo que acredito que a adesão será rápida.
TeK: E o modelo de subscrição mensal que estão a aplicar nesta nova versão do CS 5.5, quais são as expectativas?
Nuno Rocha: Estamos a aplicar este modelo em todos os produtos mas com algum cuidado, porque na maior parte dos países da Europa a nossa relação preferencial é com o canal e este modelo de subscrição é directo, pelo que vamos criar algumas perturbações ao canal tradicional que queremos evitar.
A suite que vai estar à venda dentro de um mês já vai usar este novo modelo de licenciamento e confesso que estou curioso quanto à adesão ao modelo de subscrição porque em Portugal não há muita tradição nestes produtos.
Acredito que sirva mais para situações de pico de trabalho, ou de projectos especiais, em que em vez de estarem a investir em licenças - porque não vão usá-las durante muito tempo - preferem pagar um fee mensal …
TeK: Nestes modelos muitas vezes a conta que se faz é que ao fim de dois anos com um modelo de subscrição acaba por se pagar o dobro do valor da licença em caixa. Acontece o mesmo com o CS 5.5?
Nuno Rocha: Sim, é mais ou menos essa a conta que pode fazer e por isso estou curioso de ver qual vai ser a reacção. Em alguns casos de grandes clientes que têm contratos internacionais já temos um modelo semelhante, e é vantajoso. Mas a verdade é que uma empresa que tem 50 pessoas a trabalhar nunca vai ter vantagens em aplicar este modelo de subscrição.
TeK: Há subida de preço da versão do CS 5 para o CS5.5?
Nuno Rocha: Sim, vai haver uma ligeira subida de preço para o 5.5, não nas versões em caixa nem no licenciamento base, mas sim no licenciamento de volume, em que sobe cerca de 5%.
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