A Gatewit organiza amanhã em Lisboa o World Tech Tour, um encontro que pretende juntar PMEs e grandes empresas – compradores e fornecedores – para debater a utilização de plataformas eletrónicas na otimização dos processos de compra.

A conferência tem lugar no Pequeno Auditório do CCB e conta várias empresas que vão partilhar a sua experiência no e-Procurement, e os ganhos em transparência, oportunidades de mercado, conrolo e centralização de custos.

Em antecipação ao evento Pedro Vaz Paulo, CEO da Gatewit, respondeu a algumas questões do TeK sobre a forma como as empresas estão a aderir às plataformas eletrónicas, traçando também a evolução do negócio e as perspetivas para 2013.




[caption] Pedro Vaz Paulo, CEO da Gatewit [/caption]

TeK: As plataformas eletrónicas são cada vez mais importantes, sobretudo na contratação pública. Como está a ser a adesão das empresas portuguesas? Sentem um reforço do interesse?
Pedro Vaz Paulo:
A contratação pública é já norma e obrigatória em Portugal desde 2008, o que permite já alguma maturidade na adesão aos processos eletrónicos. Mesmo antes da obrigatoriedade, houve muitas entidades públicas a aderir aos meios eletrónicos, por reconhecerem as suas vantagens - ao nível da eficiência, otimização de processos, celeridade de processos, segurança e transparência.

Isto permitiu que o número de fornecedores a aderir à contratação eletrónica aumentasse, estimulando assim não só a concorrência, mas o próprio mercado, com vantagens tanto para os fornecedores, como para os compradores.

Para além disso, a inovação tecnológica é uma característica do mercado português, característica para a qual a Gatewit contribui em larga escala, pelo seu trabalho junto dos clientes do mercado interno, com um acompanhamento próximo e um trabalho de formação que foi reconhecido pelos clientes. E a presença de alguma das maiores empresas nacionais no Gatewit World Tech Tour, e a adesão que temos estado a sentir a este evento, mostram bem que este é o caminho a percorrer.

TeK: O custo de utilização é ainda uma barreira à entrada de pequenas e médias empresas nestas plataformas?
Pedro Vaz Paulo:

É necessário olhar para os encargos das plataformas eletrónicas numa lógica de investimento e a longo prazo. Dou-lhe um exemplo. Por vezes, com um custo mensal de 15 euros durante um determinado período de tempo, os fornecedores poderão ter acesso a concursos que podem significar uma faturação de milhões. Sentimos uma dificuldade generalizada, que é a de ser reconhecido o valor de serviços em ambiente online. Há toda uma estrutura por trás do serviço que é oferecido, a nível da rapidez e desempenho das plataformas, de alojamento de informação da qualidade, recursos humanos e, mais importante ainda, ao nível da segurança dos dados e processos.

Mas mais do que falar do custo de utilização, o mais importante é conseguir mobilizar o mercado para todas as vantagens da mudança de paradigma do papel para o eletrónico. Reforçar a importância do processo de compras na gestão e performance das PME é o mote do Gatewit World Tech Tour, onde juntamos PME e grandes empresas nacionais, compradores e fornecedores, estimulando o debate e promovendo as boas práticas e a inovação.

TeK: Numa conjuntura de crise económica como a que atravessamos faz sentido as empresas apostarem nestas plataformas para comprar e vender os seus produtos?

Pedro Vaz Paulo:
Numa conjuntura de crise económica faz mais do que sentido a aposta em plataformas eletrónicas. Por um lado, ajuda as empresas a gerir, centralizar e otimizar todos os seus processos de compras, ganhando a eficiência e diminuindo os custos, sem detrimento da qualidade. Por outro, aumenta significativamente as oportunidades de negócio de empresas fornecedoras. A desmaterialização e desburocratização de processos, através de plataformas eletrónicas, permitem a qualquer empresa a possibilidade concorrer a procedimentos independentemente da sua localização. Evitam-se deslocações, elimina-se a necessidade de recursos como o papel e outros necessários a apresentação de propostas, para além de serem uma montra das oportunidades que efetivamente surgem.

E se estas questões são aspetos muito concretos e importantes para a atividade de cada empresa, não podemos esquecer o dinamismo no mercado que estas vantagens também trazem. Mais empresas e mais negócios, servindo de motor à economia e, sobretudo, ao segmento das PME, uma das bases do tecido empresarial nacional.

TeK: Como tem evoluído o negócio da Gatewit no último ano e quais as perspetivas para 2013?
Pedro Vaz Paulo:

O negócio espelha o percurso ascendente e de crescimento da Gatewit. No final de 2012, em contraciclo com o panorama nacional, esperamos que a faturação atinja os 8 milhões de euros, depois de em 2011 termos registado uma faturação de 5 milhões de euros. Em 2013, esperamos consolidar cada vez mais esta tendência, seja através da consolidação da quota de mercado nacional, seja através do reforço da aposta nos mercados internacionais.

TeK: Vão continuar o processo de internacionalização?

Pedro Vaz Paulo:
A Gatewit quer continuar a apostar na sua presença internacional. Estamos presentes nos principais mercados - EUA, Brasil, China e Europa (Espanha e Reino Unido). São mercados extremamente importantes, quer significativo pelo crescimento, como o Brasil, quer pelo potencial em termos de dimensão do mercado, como a China. A delegação dos EUA está instalada numa referência para a tecnologia - Silicon Valley. Mas o espaço europeu é neste momento uma oportunidade que a Gatewit está a agarrar, pelas oportunidades que a Agenda Digital Europeia traz.

O nosso processo de internacionalização passa por entrar nos mercados, ganhar clientes e aumentar as equipas locais. O princípio assenta na abertura de verdadeiras empresas locais, pois as soluções que desenvolvemos necessitam de um forte acompanhamento e customização local, dado que estamos a falar de soluções que têm de estar de acordo com a legislação e realidades dos diversos mercados.

Neste sentido, é importante que o futuro passe pela consolidação do trabalho que está a ser desenvolvido nos vários países, uma vez que são mercados que apresentam um grande potencial de crescimento.

TeK: E qual o investimento que têm previsto na operação em Portugal?

Pedro Vaz Paulo:
O mercado português representa 70% do investimento previsto para o próximo ano, continuará a ser a maior aposta da nossa empresa. Para melhorar a nossa proposta ao mercado estamos a trabalhar na melhoria, modernização e inovação das nossas soluções.

Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Fátima Caçador