Por Matt Brittin (*)
A IA captou a imaginação das pessoas por todo o mundo. As mais recentes tendências de pesquisa divulgadas pela Google mostram que as pessoas em Portugal estão a pesquisar por IA mais do que nunca em 2023 até agora, com o interesse a aumentar 290% desde o ano passado e 500% ao longo dos últimos cinco anos.
Temos visto um particular foco na IA generativa – o tipo de IA que pode criar imagens, textos ou vídeos – mas, na sua essência, a IA é uma tecnologia que pode detectar padrões, fazer previsões e aprender com os seus erros ou com as pessoas.
Mas nem tudo é novo. As pessoas por toda a Europa já utilizam e beneficiam, diariamente, de ferramentas baseadas numa IA responsável. O Google Tradutor está a ajudar milhões de refugiados a estabelecer conexões nos seus lares adotivos enquanto se protegem da guerra. Pessoas por todo o continente estão a usar a tecnologia do Google Maps para fazer viagens mais eficientes, encontrar locais de aluguer de bicicletas mais próximos e localizar Postos de Carregamento para veículos elétricos. E a Pesquisa Google ajuda pessoas de todo o mundo a responder a perguntas, a encontrar o que precisam e a ligarem-se à informação do mundo.
É importante ressalvar que os Europeus não usam apenas a IA, nós criamo-la. Em Estocolmo, os engenheiros estão a desenvolver novos recursos de IA para trazer experiências divertidas, produtivas e equitativas para o Google Meet. Os investigadores da Google no Reino Unido estão a usar a IA para detectar, mais cedo, o cancro da mama. E, na Lituânia, as nossas equipas do Google News Initiative estão a trabalhar com o Debunk.eu para utilizar ferramentas de IA que podem analisar e pesquisar milhares de artigos por dia em busca de desinformação, quase em tempo real: identificando as peças-chave para revisão humana.
A IA está num ponto de inflexão. A velocidade do avanço tecnológico está a acelerar: abrindo novas oportunidades que poderão melhorar significativamente milhares de milhões de vidas. E embora seja estimulante ver estes avanços ousados, é importante que o façamos de uma forma acertada.
Um ministro italiano disse-me uma vez que a tecnologia é um pouco como um garfo. Pode ser usado para comer massa – ou para apunhalar. Tudo depende de como é utilizado.
Tal como o garfo, a tecnologia não é boa nem má: trata-se do que se faz com ela. A IA não é exceção. Do desenvolvimento de novas vacinas à descarbonização, a IA tem potencial para resolver alguns dos maiores desafios da sociedade – e para beneficiar milhões de vidas. Mas, ao ser uma tecnologia nova e emergente, também tem potencial para ser mal utilizada.
Na Google, estamos empenhados em trabalhar com a Europa para maximizar as oportunidades da IA, minimizando ao mesmo tempo o risco de utilização indevida. Para isso, precisamos de ser ousados, responsáveis e estarmos juntos. Ousados no desenvolvimento de tecnologia que beneficie as pessoas por todo o continente; responsáveis por garantir que estamos a ter em conta a segurança desde o início; e a desenvolver tudo isto em conjunto com a sociedade.
Felizmente, não estamos a começar do zero.
Ao aprendermos a partir da nossa experiência na Internet, construímos freios e contrapesos nos nossos produtos e há anos que projetamos a IA para benefício social. Em 2018, fomos uma das primeiras empresas a publicar um conjunto de Princípios de IA para orientar o nosso desenvolvimento e aplicação da IA - incluindo o nosso primeiro princípio, de que a IA deve ser “socialmente benéfica”. Demonstrámos estes princípios na nossa abordagem a novos produtos, nos nossos relatórios anuais de progresso e nos kits de ferramentas publicados desde então - a partilhar a nossa experiência de forma prática e a investigação de ponta em quase 1.000 artigos de investigação publicados anualmente.
Mas, juntamente com as boas práticas individuais e padrões de indústria partilhados, também precisamos de políticas governamentais sólidas que promovam o progresso - reduzindo ao mesmo tempo o risco de abuso. Como disse recentemente o nosso CEO durante uma visita recente à Europa, a Google considera a IA demasiado importante para não ser regulamentada: e estamos satisfeitos por ver a UE a assumir a liderança no que esperamos que se torne uma abordagem transatlântica à regulamentação da IA.
O desenvolvimento de boas políticas e de uma IA responsável vai exigir um debate profundo entre os governos, o setor privado, o meio académico e a sociedade civil - mas é fundamental que façamos isto corretamente. Há trinta e cinco anos, quando experimentei a rede mundial de computadores pela primeira vez, não tinha ideia do impacto que esta teria na minha vida e no mundo. As oportunidades da IA vão muito além disso - combater doenças, apoiar a descarbonização, ajudar a acessibilidade: e em última análise, oferece-nos uma oportunidade para construirmos uma sociedade melhor e mais justa. É vital que trabalhemos com ousadia, responsabilidade e em conjunto para mitigar os riscos e garantir que os europeus possam tirar partido disso.
(*) Presidente, EMEA Business & Operations, Google.
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