Por Nelson Pereira (*)
Num mundo cada vez mais tecnológico e competitivo, as organizações focam-se em ter ao seu dispor as melhores e mais eficientes ferramentas que lhes possibilitem destacar-se da concorrência. Neste contexto, a tecnologia tornou-se um elemento fundamental na estratégia de qualquer organização, uma vez que lhe permite obter vantagens competitivas de suporte ao negócio, bem como dar resposta às suas principais necessidades.
A adicionar aos conhecidos conceitos de big data e IoT, a proliferação de dispositivos móveis com enormes capacidades de processamento leva as organizações a olhar para a estratégia cloud com maior seriedade e de forma mais cuidada. Vemos um crescente foco na identificação e integração de soluções nos negócios, naquela que muitos consideram ser a verdadeira revolução das tecnologias de informação. Os recursos são acedidos e utilizados de acordo com as necessidades, e muitas vezes externalizados em cenários de mobilidade, alterando de forma profunda os modelos de operação.
Muitos dos problemas tradicionais das organizações – como a capacidade computacional por picos – deixam de ser preocupações na era da cloud, onde o investimento equivale ao volume de utilização. Desta forma, a cloud já não é apenas uma ferramenta de armazenamento: passa a ser um ambiente computacional com enormes benefícios para todos os intervenientes.
É este shift nas tendências que coloca as soluções de cloud híbrida no topo das preocupações tecnológicas das organizações. Estas soluções são, cada vez mais, encaradas pelas organizações como um elemento fundamental para melhorar a produtividade do seu negócio e aumentar a sua competitividade. Por outro lado, a utilização deste tipo de soluções permite-lhes o foco em pleno no seu negócio, com a garantia de que a informação estará disponível sempre que necessário. Esta tecnologia permite eliminar dificuldades como a infraestrutura, a atualização e instalação de versões, a manutenção, entre outras.
No entanto, a adoção de soluções cloud ainda é limitada por algumas questões como a segurança e a confidencialidade dos dados. Esse é o principal motivo pelo qual ainda são poucas as empresas que adotaram totalmente os serviços, embora a confiança tenha vindo a aumentar à medida que os utilizadores têm contacto com eles, a nível pessoal e profissional.
Os ambientes “mega-cloud” têm também vindo a ganhar mais confiança, após a aposta de empresas que desenvolveram serviços que dão resposta eficaz às necessidades de outras grandes empresas, sendo que existe também a possibilidade de rentabilizar o investimento através da venda de espaço que não esteja a ser utilizado.
Contudo, é importante que as organizações tenham em atenção que, ao longo do tempo, as soluções on-premise requerem substituição ou update. Como tal, é essencial que considerem investir nos seus próprios serviços e requisitos de competências que são necessários, ou então que optem por comprar essa solução como serviço e cloud. De referir que, ao mesmo tempo, que as empresas têm centenas de soluções diferentes, usadas por pessoas diferentes, a cloud pode ser uma forma mais eficiente de se conseguir entregar serviços críticos para o negócio.
Deste modo, a principal questão reside na decisão acerca de quais os serviços e aplicações a utilizar numa plataforma on premise e quais os que podem ser utilizados em cenários de cloud. O facto de existir uma necessidade de maior agilidade na utilização de recursos, o acesso a informação e aplicações em ambientes de mobilidade cada vez mais comuns, o acesso a enormes capacidades de processamento em períodos curtos, bem como a disponibilidade de capacidade de processamento onde e quando são necessárias, têm colocado a cloud híbrida como a solução indicada para estruturas de TI flexíveis, escaladas e ágeis, com todas as garantias de segurança e confidencialidade.
Uma infraestrutura híbrida permite ainda que uma organização teste soluções de forma imediata, antes de avançar com a sua implementação. A capacidade para testar os updates e soluções em ambientes curtos antes da implementação permite que o resultado seja mais eficaz, contribuindo para a redução da suscetibilidade para bugs (que apenas podem ser percecionados em direto) e para uma poupança de recursos.
Pelo seu impacto a nível de infraestrutura, software e qualidade, a cloud híbrida apresentação como o futuro na criação e operacionalização de negócios com forte crescimento e altamente sustentáveis.
(*) CTO da Noesis
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