Por Hugo de Sousa (*)




[caption]Hugo de Sousa[/caption]

A maior parte das discussões que temos sobre tecnologia ainda são sobre eficiência operacional ou algum tipo de suporte à atividade da organização. É importante, mas há mais. Raras são as vezes em que o debate conjuga sobre a discussão de modelos de negócio e tecnologia. Vou mais longe: modelos de negócio, que só são possíveis com tecnologia no seu DNA. Porque não modelos de País onde a inovação está no DNA? Inovação no setor primário, secundário e terciário. Sim, não apenas no terciário! Inovação não é um departamento, é o DNA de uma nação do Século XXI.

Temos que elevar a discussão. Temos que elevar Portugal. Há tanto exemplo de Países que sabem tirar partido da Tecnologia que é incompressível como é que não fazemos nada.

A concretização
As quatro “buzzwords” (serão mesmo “buzzwords?”) são a conjunto alargado de tecnologias com uma nova forma de pensar e estar. Permitem, como nunca, envolver pessoas e “coisas” em tempo real, unindo os pontos, à escala global. Havendo união, estão reunidas as condições para a criação de um desígnio. Um desígnio à escala Nacional, ou, porque não, Europeia. Seja que desígnio for, há condições para haver um. O importante é que haja. É o conteúdo que passa na união dos pontos.

Sou da opinião (um artigo de opinião, expressa isso mesmo, a opinião) que temos que nos unir, e tirar partido do melhor das pessoas e da tecnologia. Temos que terminar várias discussões (“capelinhas”, “não replicação de modelos porque eu sou um caso único”, “eu é que sei”, “os novos não sabem”, ”os velhos estão desatualizados”,…) e dar espaço para outro tipo de discussões mais interessantes. E é certo que o que não temos, temos capacidade de ir pesquisar se realmente quisermos.

Cloud – porque continuamos a comprar o que precisamos, o que não precisamos, o que podemos vir a precisar mas na prática nunca vamos utilizar? Porque continuamos a comprar em vez de partilhar? Porque compramos e não arrendamos? Estou profundamente convicto que a baixa taxa de adesão a modelos de Cloud em Portugal, ainda que a crescer, está relacionada com os traços culturais dos Portugueses. Nem é bom, nem é mau, é como é. Abracemos e lideremos a mudança em vez de rejeitarmos o inevitável! Quem não gosta de liderar o seu destino?

Social – a “aldeia global”. Podemos ter tudo e todos a contribuir para algo. O espírito de comunidade é possível através do uso adequado da tecnologia, permitindo aumentos de níveis de satisfação e redução de custos. Quando temos pessoas a reportar oportunidades de melhoria no território nacional, há medida que as detetam? Quando temos essas mesmas pessoas, voluntariamente a contribuírem com horas do seu tempo para efetuarem as melhorias? Porque é que um grupo de cidadãos que se conheceu numa rede social, num grupo de interesse comuns sobre jardinagem, não se junta e todos os meses cuidam do jardim próximo da sua casa ou daquela rotunda que custou milhares de euros e que agora está sem manutenção? A tecnologia pode ser o enabler daquilo que está na génese da raça humana: viver em comunidade. Já imaginaram o impacto na redução de custos do Estado se todos realmente contribuíssem? O dinheiro podia ser usado para, por exemplo, termos o melhor sistema de educação do Mundo.

Mobility – temos que mudar a mentalidade e permitir que todos façam tudo o que precisam para ser bem-sucedidos em qualquer lugar. Atribui-se objetivos às pessoas, monitoriza-se e avalia-se regularmente. Tiram-se as consequências positivas ou negativas. Máxima liberdade, máxima responsabilidade. A abstração espacial que a tecnologia permite, significa que há oportunidades de negócio em todo lado. Não é apenas no escritório, em quatro paredes, que a evolução ocorre. A ideia que o sector terciário ocorre apenas no escritório tem origem onde? São as fábricas terciárias? Por exemplo, quando é que temos Bancos itinerantes, onde uma pessoa com um Tablet efetua um atendimento/venda na rua? As oportunidades estão na rua. É preciso ir atrás delas. Quem gosta de ver as oportunidades a passar?

Big data – temos possivelmente mais bases de dados do que pessoas, mais capacidade de processamento computacional do que o Mundo todo junto tinha há 5 anos atrás, e mesmo assim temos uma enorme dificuldade em tirar partido, em tempo real, de todos os dados disponíveis. Temos ainda uma dificuldade maior em abrir as portas dos nossos dados, confiando por omissão e desconfiando por exceção, permitindo que outros somem valor ao menor custo possível. Temos, sim, todos os dados que precisamos e toda a capacidade computacional para tomarmos decisões inteligentes, capazes de reerguer não só uma organização como um País.

Imaginemos o poder das “buzzwords”, interlaçadas entre si, em prol de um desígnio comum, em prol de Portugal. Não é uma discussão tecnológica, é uma discussão civilizacional.

Qual será o teu contributo?

(*) Senior Manager – Gfi Portugal

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