Por: Valter Fernando (*)
Num mundo cada vez mais tecnológico e competitivo, as organizações preocupam-se em ter ao seu dispor as melhores e mais eficientes ferramentas que lhes permitam destacar-se da concorrência. Atualmente, impulsionadas pela proliferação de dispositivos móveis com enormes capacidades de processamento, as organizações começam a olhar para a estratégia cloud com maior cuidado e, até diria mesmo, com maior curiosidade.
Cada vez é maior o foco na identificação e integração de soluções mais adequadas nos negócios, naquela que, para muitos, é a verdadeira revolução das tecnologias de informação – a cloud. Os recursos são acedidos e utilizados de acordo com as necessidades e, muitas vezes, externalizados em cenários de mobilidade, alterando de forma profunda os modelos de operação.
Porém, se antes muitos dos problemas tradicionais das organizações estavam relacionados com a capacidade computacional por picos, agora deixam de ser preocupações na Era da cloud, no qual o investimento equivale ao volume de utilização. Desta forma, a cloud já não é apenas uma ferramenta de armazenamento: passa a ser um ambiente computacional com enormes benefícios para todos os intervenientes.
No entanto, a Cloud, assim como qualquer outra tecnologia, também evolui e, neste sentido, a computação na Cloud veio revolucionar o mercado, possibilitando um novo modelo de negócios em que praticamente tudo o que antes era vendido como produto passa a ser oferecido como serviço. Atualmente, já não é apenas o SaaS, que tem vindo a ganhar força, as ideias de XaaS ou EaaS (Everything as a Service) também cresceram muito nos últimos anos.
Embora estes termos pareçam bastante complexos, é essencial procurar compreendê-los para que consiga escolher o mais adequado e mais vantajoso para o seu modelo de negócio.
SaaS ou software as a servisse, tem sido uma tendência bastante forte no mercado empresarial, no qual pretende oferecer software como um serviço para melhorar a eficiência e reduzir custos. Na prática, é como se a aplicação fosse “alugada” e, consequentemente, paga mensalmente, em vez de adquirido de uma só vez. Além disso, as aplicações são oferecidas num modelo de assinatura e operam na Cloud, ao invés de serem instalados num servidor interno.
Desta forma, as vantagens relativamente a esta solução são várias: não é essencial investir enorme valores no pagamento de licenças, uma vez que é possível contratar apenas as funcionalidades necessárias. Por outro lado, este é um modelo muito mais prático e acessível, dado que o SaaS pode ser operado a partir de qualquer dispositivo com acesso à internet.
Com a evolução, natural, da computação na Cloud, as empresas começaram a depender cada vez menos de infraestruturas e equipas de TI internas, e, em contrapartida, a contratar serviços de acordo com as suas reais necessidades. Atualmente, já é possível fazer uso de software, de infraestrutura e de plataformas inteiras na Cloud, de forma a que todos os elementos de uma empresa possam ser virtuais, eliminando assim a necessidade de uma estrutura física local.
Porém, com o crescimento do SaaS, o mercado de TI intensificou esta tendência e foi evoluindo, surgindo novos modelos de negócio, nomeadamente: EaaS (Everything as a service, ou, literalmente, “tudo como serviço”) e XaaS, em que o X da sigla representa uma variável que pode ser substituída pela inicial daquilo que está sendo oferecido como serviço. Deste modo, as siglas sintetizam a tendência mundial de transformar produtos de qualquer natureza em serviços que podem ser oferecidos de forma personalizada e sob medida para cada cliente, valorizando o relacionamento, o suporte técnico e as atualizações constantes.
Se antes estas tecnologias precisavam ser trabalhadas internamente, agora, podem, simplesmente, ser contratadas por meio de subscrição, de acordo com a necessidade da empresa, sendo que podem ser acedidas online, em qualquer momento e a partir de qualquer lugar.
No que às vantagens deste tipo de soluções diz respeito, a ideia de se conseguir contratar tudo como um serviço, é bastante benéfica para as empresas que a integram, uma vez que a infraestrutura partilhada possibilita tornar os processos mais eficientes e produtivos e ainda permite a redução de custos, ao diminuir a necessidade de investimento em equipamentos caros, em mão de obra especializada ou, até mesmo, em licenças de valor elevado, que podem, muitas vezes, incluir mais do que a empresa realmente necessita.
Esta tendência consiste numa verdadeira revolução estratégica e operacional, que irá modificar completamente as estruturas de negócio. Ao longo dos últimos anos, a computação em Cloud teve uma enorme evolução, modificando as arquiteturas corporativas e garantindo maior agilidade, flexibilidade e eficiência para a gestão empresarial. Por outro lado, este tipo de serviços, por subscrição, é acessível a qualquer organização, independentemente da sua dimensão, uma vez que possibilita a que as empresas consigam escalar de forma rápida e intuitiva, o que garante maior controlo e faz com que até mesmo as empresas de pequena e média dimensão consigam ter acesso às melhores tecnologias do mercado, sendo este um fator diferenciador.
O mundo corporativo está a mudar rapidamente, os consumidores estão mais exigentes e a tecnologia necessita, urgentemente, de acompanhar este ritmo. Perante este contexto, é fundamental apostar em novos modelos de entrega, que estejam perfeitamente alinhados com as necessidades dos clientes. Neste sentido, é aqui que as soluções de EaaS/ XaaS começam a ganhar cada vez maior relevo e irão transformar, de forma ainda mais profunda os modelos de negócios existentes.
(*) Infrastructure Solutions Senior Manager da Noesis
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