Contactless - A nova forma de pagar

Rui Nogueira (*)

Está a chegar uma nova forma de pagar pequenos montantes. Inovadora, mais cómoda, mais rápida e mais eficaz.

A tecnologia contactless (literalmente, sem contacto, de aproximação) será progressivamente incluída nos cartões bancários, de débito ou crédito, que já utilizamos massivamente em Portugal. De acordo com os últimos dados do Banco de Portugal, já existem mais de 18 milhões de cartões de pagamento em Portugal.

Por outro lado, a infra-estrutura de pagamento dos comerciantes, TPA's (Terminais de Pagamento Automático) pode ser mantida, desde que já esteja de acordo com as normas EMV (Europay-Mastercard-Visa) que permitem a utilização de cartões bancários com chip. Apenas é necessário adiciona um leitor contactless ao TPA.

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Para efectuar um pagamento, e consoante o montante, o utilizador poderá seleccionar o tipo de cartão com que deseja efectuar a transacção. Para valores inferiores a 15€ (valor actualmente definido), o leitor de contactless é activado e basta aproximar o cartão contactless para efectuar o pagamento. O leitor acende a luz, emite um bip e a transacção está efectuada numa fracção de segundo. Sem PIN, sem comunicação. Simples e rápido.

Tecnicamente, o cartão não funciona com um pré-pago. Isto é, o cartão não tem dinheiro carregado. A primeira utilização do cartão tem de ser uma compra tradicional (com contacto) para activar a pré-autorização para poder efectuar transacções "off-line" até determinado valor com esse cartão. Cada n transacções ou de acordo com um algoritmo próprio, a transacção será processada on-line com a SIBS, de forma a obter autorização para poder efectuar mais operações.

Já decorre em Portugal um "proof-of-concept" de Contactless desde o verão do ano passado, com resultados muito positivos. Os utilizadores destacam a rapidez e comodidade desta nova forma de pagamento versus a utilização de numerário/trocos.

Os comerciantes realçam a facilidade de utilização, a rapidez das transacções e a redução do manuseamento do numerário (com todas as vantagens associadas, segurança incluída).

Foi o sucesso deste "proof-of-concept" que permitiu tomar a decisão de avançar com um piloto alargado que terá inicio em breve.

Outros pilotos internacionais permitem indicar uma outra vantagem, bastante significativa, para os comerciantes: o aumento do volume de facturação. Este aumento é conseguido de dois modos. O primeiro é devido à rapidez de pagamento permitir aumentar o número de clientes atendimentos. O segundo está relacionado com o aumento do valor médio de cada transacção. Ou seja, devido à utilização do cartão e a não haver o constrangimento do numerário que se tem na carteira, os consumidores gastam um pouco mais em cada compra.

No actual contexto em que os consumidores utilizam cada vez mais os cartões como forma de pagamento, diminuído o numerário na carteira e, em que os comerciantes estão mais do que nunca sensíveis à gestão do numerário nas suas lojas, esta é uma boa solução para todos.

E, como o target e o modelo de negócio está claramente definido para os baixos montantes, espera-se poder utilizar este modo de pagamento em muitos pontos de venda que até hoje não aceitavam cartões como, por exemplo, quiosques, cafés e pastelarias. Outra área com bastante potencial é a área de pagamentos "não atendidos" como são as máquinas de vending, quiosques venda de bilhetes, etc.
Não tenho dúvidas que o Contactless será um sucesso em Portugal. Eu, também como utilizador, estou rendido a esta nova forma de pagar.

(*) Payment Solutions Business Unit Manager da GFI

Nota da Redacção: [2009-05-26 10:48] A informação foi corrigida no nome do responsável pela opinião.