*Por Matt Brittin, a propósito da iniciativa de destacar mil PMEs europeias, entre as quais 16 portuguesas, que usaram as novas tecnologias como motor de crescimento

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No mês passado recebi um email do Reino Unido de uma filha orgulhosa com a sua mãe Tricia Cusden que utilizou as ferramentas da Google para lançar o seu próprio negócio de maquilhagem denominado Look Fabulous Forever. Tricia usou o motor de pesquisa da Google para encontrar fornecedores, criou o seu próprio canal no YouTube para dar dicas de maquilhagem a mulheres mais velhas e usou o Google Adwords para encontrar clientes online. Actualmente, o seu canal de YouTube tem mais de meio milhão de visitas e a sua empresa exporta produtos para 24 países de todo o mundo.

Este é apenas um exemplo das centenas de milhares de empresas por toda a Europa que estão a utilizar ferramentas digitais para construírem marcas, encontrarem clientes e crescerem. Não há muito tempo, as pequenas empresas podiam apenas procurar e vender localmente. O marketing e a distribuição global estavam apenas à disposição das grandes empresas. Mas hoje, qualquer negócio pode alcançar o mercado global através da Internet e permitir até aos pequenos negócios tornarem-se empresas multinacionais.

Então por que razão ouvimos tanto pessimismo sobre os negócios na Europa? Com todos os desafios que a economia europeia enfrenta, é natural pensar-se que toda a gente está a desistir da ideia do sucesso dos negócios na Europa.

Mas esta tristeza e melancolia poderá ter os dias contados desde que caminhemos na direcção certa. A Europa está bem posicionada para crescer. A União Europeia tem uma vasta tradição no que diz respeito à inovação e ao empreendedorismo - de facto, é o maior exportador do mundo de produtos manufaturados e de serviços. A Europa também tem um superavit comercial no digital maior do que nos Estados Unidos.

E, ao contrário da visão que prevalece, existem muitos motivos para o optimismo na área digital. Desde 2000, por exemplo, o número de startups tecnológicas que atingiram uma avaliação de mil milhões de dólares aproximou-se do valor registado nos Estados Unidos. Duas empresas alemãs - Zalando, website de comércio electrónico, e a Rocket Internet, incubadora de startups - atingiram recentemente os mil milhões de euros na altura das Oferta Públicas Iniciais (IPO na sigla em inglês).

Não são apenas as startups tecnológicas que estão a ter sucesso no mundo digital. Milhares de pequenas empresas europeias também estão a tornar-se empresas digitais. Estamos a assistir, em primeira mão, como é que as empresas estão a utilizar a Internet para crescer e estamos orgulhosos por produtos da Google, tais como o AdWords, Play e YouTube serem um motor de crescimento ao ajudarem estas empresas a expandirem-se e a criarem novos empregos por toda a Europa.

Empresas tradicionais como a Holl Souvenir, empresa holandesa que fabrica os tradicionais tamancos holandeses que fornecem a indústria do turismo. No ano passado, iniciaram uma campanha de marketing online e lançaram a sua loja. Neste momento, o seu negócio nunca está encerrado ao público.

É óbvio, que as oportunidades das empresas na era digital são infinitas - existem mais formas de alcançar clientes do que as pessoas pensavam há pouco tempo. Mas para a Europa alcançar todo o seu potencial, precisamos de desimpedir o caminho para as empresas no online. Precisamos de um mercado único no ambiente digital que espelhe o mercado único que tanto gostamos actualmente no mundo físico. Com mais de duas dezenas de regulamentações e estruturas diferentes, as empresas tropeçam quando procuram vender, crescer ou contratar além fronteiras. A Comissão Europeia já identificou o mercado único digital como uma das prioridades da Europa.

E é claro que as oportunidades proporcionadas pela economia digital continuam limitadas às pessoas que não têm as competências necessárias. De acordo com a Comissão Europeia até 2020 vão ficar por preencher mais de 900.000 empregos por falta de competências digitais e existem muitas empresas que querem apostar na Internet sem saberem por onde começar.

Na Google estamos a fazer o nosso papel. No último ano ajudámos milhares de empresários alemães a exportarem através de parcerias com a DHL, PayPal e Commerzbank. Formámos milhares de pessoas desempregadas em Espanha com cursos gratuitos em áreas como Web Development, Marketing Digital e e-commerce. E, mostrámos a milhares de artesãos italianos como poderiam vender e comercializar os seus produtos online.

Mas queremos fazer mais. Ontem anunciámos que a Google até 2016 vai formar um milhão de europeus em competências digitais cruciais. Vamos também investir 25 milhões de euros para levar os nossos programas actuais a novos mercados na Europa e para formar mais pequenas empresas nas competências digitais que precisam. Iremos construir um núcleo europeu de formação para apoiar empresas de qualquer país da Europa a terem formação online.

Algumas pessoas olham para o estado actual da economia europeia e veem-na com bastante pessimismo. Nós vemos outra coisa: uma imensa diversidade de empresas e de empreendedores com criatividade, ambição e talento - todos eles a utilizarem ferramentas digitais para criar empregos e impulsionar a economia.

*Presidente de operações e negócio da Google para a Europa, Médio Oriente e África