Por um Portugal em Rede
Por Francisco Jaime Quesado (*)
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Portugal tem pela frente um grande desafio - manter intacta a aposta na modernização administrativa e qualificação eletrónica do Estado no quadro dum imperativo de racionalização de meios e poupança de investimentos. Em 2012 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infraestruturas de última geração - ligação das escolas e de grande parte de instituições públicas em banda larga, forte modernização da Administração Pública Central e Local e uma boa Rede de Espaços Públicos de acesso universal à internet, com grande impacto em zonas mais isoladas e segmentos sociais mais desfavorecidos.
A construção de um Portugal em Rede tem que ser um projeto global da sociedade, assente numa verdadeira parceria estratégica alargada entre o Estado e os Atores Económicos e Sociais, capaz de dar resposta às seguintes questões:
- Qual o caminho a dar às TIC enquanto instrumentos centrais duma política ativa de intervenção pública como matriz transversal da renovação da nossa sociedade?
- Qual a forma possível de fazer das empresas (e em particular das PME) os atores relevantes na criação e valor e garantia de padrões de qualidade e vida social adequados, num cenário de crescente "deslocalização" económica?
- Qual o papel efetivo da educação como quadro referencial essencial da adequação dos atores sociais aos novos desafios da sociedade do conhecimento? Os atores do conhecimento de que tanto se precisa são "educados" ou "formados"?
- Qual o papel do I&D enquanto área capaz de fazer o compromisso necessário entre a urgência da ciência e a inevitabilidade da sua mais do que necessária aplicabilidade prática para efeitos de indução duma cultura estruturada de inovação?
- Qual o sentido efetivo das políticas de empregabilidade e inclusão social enquanto instrumentos de promoção dum objetivo global de coesão social? O que fazer de todos os que pelo desemprego se sentem cada vez mais marginalizados pelo sistema?
A consolidação deste novo Portugal em Rede entre nós passa em grande medida pela efetiva responsabilidade nesse processo dos diferentes atores envolvidos - Estado, Universidade e Empresas. No caso do Estado, no quadro do processo de reorganização em curso e de construção dum novo paradigma tendo como centro o cidadão-cliente, urge a operacionalização de uma atitude de mobilização ativa e empreendedora da revolução do tecido social. A Reinvenção Estratégica do Estado terá que assentar numa base de confiança e cumplicidade estratégica entre os "atores empreendedores" que atuam do lado da oferta e os cidadãos que respondem pela procura.
A experiência de implementação dos Projetos executados nos últimos anos, envolvendo as mais variadas naturezas de Entidades (Administração Pública Central, Local, Universidades, Centros I&D, outras Entidades) constitui um laboratório único a desenvolver no futuro. Portugal não pode fugir ao desafio de se tornar verdadeiramente uma Sociedade em Rede e para tal o envolvimento público nos próximos anos é uma peça fundamental. Manuel Castells, o grande ideólogo de uma sociedade aberta participativa, estará novamente em Lisboa e não deixará de deixar muito clara esta mensagem.
(*) Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade
Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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