Peter Stevens e Hugo Lourenço (*)

 O Scrum foi criado para gerir situações de elevada incerteza. O conceito básico de inspeção e adaptação limita o tempo que cada pessoa pode estar a fazer algo de errado. Se estivermos a fazer alguma coisa errada, não importa que o estejamos a fazer de forma eficiente. Assim, o Scrum é um Framework de desenvolvimento interativo e incremental, criado para resolver problemas complexos, modelado em padrões bem-sucedidos de product placement e é amplamente utilizado no desenvolvimento de software.

O Scrum implementa um pequeno conjunto de padrões: inspecionar, adaptar e produzir algo com intervalos curtos e regulares. Uma “voz” fala para o cliente e outra para os stakeholders. Uma equipa resolve todo o problema, e não apenas uma parte dele. Um coach ajuda todos a melhorar. A gestão oferece, no fundo, orientação e apoio ao mesmo tempo que sabe quando deve ficar fora do caminho e não intervir. Nos dias de hoje, não deve ser este o modelo ideal de funcionamento numa empresa, cheia de trabalhadores dinâmicos com diversas valências?

Acima de tudo, o Scrum representa uma mudança na mentalidade e na arquitetura de uma empresa. A maioria das organizações é hoje gerida de acordo com a metáfora da linha de montagem. Enquanto essa estratégia foi muito bem-sucedida na indústria nos anos 20, é manifestamente ineficaz para os problemas de hoje. Por exemplo, ao separarmos a garantia de qualidade de um produto da equipa responsável pelo seu desenvolvimento geral, multiplicamos por 10 o esforço necessário quando comparado com uma equipa integrada que produz software com poucos ou nenhuns erros.

Os desafios para as organizações na introdução do Scrum, a nível de mentalidade, são mais evidentes na delegação do poder de decisão para a equipa responsável pelo desenvolvimento do produto. A abordagem clássica de comando e controlo pressupõe que os gestores, especialmente os gestores de topo, têm mais know-how e, por isso, sabem mais, pelo que a tomada de decisões é unilateral. Infelizmente, isto é no mínimo ineficiente, mas é uma mentalidade enraizada em inúmeras organizações.

Com a utilização do Scrum, as pessoas responsáveis pela criação e desenvolvimento de um produto trabalham juntas durante todo o processo. Normalmente, as empresas que não utilizam Scrum estão organizadas de forma a que as pessoas que fazem o mesmo tipo de trabalho estejam na mesma equipa. Assim, a utilização do Scrum implicaria uma reestruturação da organização dessas empresas.

Sabem qual é a primeira coisa que vemos, após a implementação do Scrum? Vemos pessoas a divertirem-se mais no trabalho. Têm mais autonomia e os propósitos, objetivos, mais claros. Há também mais transparência e colaboração e menos medo. Utilizar o Scrum pressupõe que as equipas vão estar a trabalhar de forma acertada e, por isso, as pessoas envolvidas querem utilizar este sistema. Quando fazemos as coisas certas a motivação é muito maior do que trabalhar meses num projeto e, por não termos detetado alguma falha numa das fases do projeto, quando chegamos ao final temos de recomeçar todo o processo, sob a hipótese de voltar a falhar.

No futuro, não acreditamos que o Scrum vá sofrer muitas alterações. O Scrum é uma implementação de referência, um lugar para começar e não um estado nirvana que as pessoas tentam alcançar. Este reconhecimento é, talvez, uma das maiores mudanças dos últimos 10 anos.

Durante os meses de outubro e novembro, estamos em Portugal, através da Rumos, nas cidades do Porto e Lisboa, para a 2ª edição de Formação Scrum, onde iremos explicar como funciona o Scrum, de que forma contribui para a eficiência das empresas e quais os desafios da sua introdução nas organizações.

Aquando da primeira experiência em Portugal, o Scrum ainda era visto como algo raro. Tivemos de suplicar às pessoas para vir aos nossos primeiros cursos. Hoje, o Scrumday Portugal é um dos melhores eventos que conhecemos e do qual, orgulhosamente, fazemos parte.

 

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Peter Stevens, formador e master internacional com uma vasta experiência em Scrum

Hugo Lourenço, formador em Gestão e Negócio

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