Por Daniel Silva (*)
Numa altura em que o mundo se torna cada vez mais tecnológico, a necessidade de acompanhar a inovação pode, em alguns casos, levantar questões sobre a segurança dos dados que são partilhados online. Hoje em dia, a partilha de dados na Internet é algo que se faz de forma quase automática – mas como saber se as informações ali alojadas estão seguras? Como pode uma empresa garantir aos clientes que os seus dados não se perdem?
Com a mudança de contexto dada com a passagem para a cloud, onde os dados deixam de existir fisicamente, alguns problemas que antes não existiam passaram a constar da “fotografia” e o investimento em segurança aumentou. As empresas, principalmente as de maior dimensão, sentiram, inclusivamente, a necessidade de oferecer mais segurança aos clientes. Plataformas como o AWS, da Amazon, ou o Azure, da Microsoft, foram utilizadas para tentar colmatar lacunas que as próprias empresas tinham dificuldade em suprir.
Um dos maiores problemas no âmbito da segurança de dados surgiu no contexto recente da pandemia, em que grandes empresas – como foi o caso da Vodafone e da Jerónimo Martins -, que têm servidores próprios e empresas de IT nos seus escritórios, passaram a ter os colaboradores a trabalhar remotamente. Numa rede doméstica, sem a segurança desses servidores, os hackers viram o seu trabalho facilitado e os ataques cibernéticos aumentaram.
Há, no entanto, formas de garantir que, mesmo no momento em que se abre uma brecha de segurança, os dados não são comprometidos: a encriptação. Quando ocorre um acesso indevido e uma base de dados é atacada, o acesso aos dados pode ocorrer, mas, se estiverem encriptados, não podem ser vistos ou utilizados.
Também a monitorização constante das políticas de acesso aos dados é essencial para que todo o processo funcione – como veio fazer o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD). Defendo, inclusivamente, que todas as empresas que trabalham com dados de clientes devem ter essas políticas presentes, de forma a criar e transmitir uma maior sensação de segurança.
A segurança digital ajuda, consequentemente, a melhorar a experiência do cliente. E quando falamos em segurança de dados não devemos pensar só no acesso aos mesmos, por assim dizer, mas também na forma como se lida quando acontece um problema. As empresas devem ajudar o cliente a sentir-se seguro em usar uma ferramenta – pode existir um erro, mas a proteção dos dados não é comprometida.
(*) Co-fundador e CTO da StoresAce
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