Por Álvaro Amorim Pinto (*)

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A ESOP celebra agora seis anos de vida. Durante estes anos a ESOP cresceu, ganhou massa crítica e maturidade, mas a motivação e valores que estiveram na nossa génese permanecem imutáveis. Há seis anos, os conceitos por nós defendidos, de interoperabilidade, reutilização de software, standards de mercado, normas abertas, independência de fornecedores, não eram a preocupação central de decisores nas organizações e nos departamentos de TIC. Hoje, estes são princípios e conceitos incontornáveis para uma estratégia TIC, em todos os sectores de actividade.

A ESOP representa actualmente 24 empresas do sector das TIC, essencialmente PMEs nacionais, mas também algumas multinacionais, com um papel central no desenvolvimento da comunidade e dos produtos open source a nível global.
Hoje somos uma organização de referência na defesa e divulgação das tecnologias abertas em Portugal.

Cada vez mais entidades públicas e privadas recorrem à ESOP, quando precisam de conhecer melhor o modelo open source, quando pretendem implementar novas e melhores estratégias para as TIC, quando procuram produtos ou quando procuram empresas que prestem serviços de qualidade neste sector.

Os objectivos da ESOP continuam a centrar-se em:


  • Garantir a oferta de serviços de qualidade associados às tecnologias Open Source;
  • Reforçar a imagem e divulgar os produtos e serviços Open Source e as suas vantagens para as empresas e organizações em Portugal;
  • Criar sinergias entre empresas portuguesas, por forma a potenciar a inovação e a criação de produtos e serviços competitivos, no mercado nacional e internacional de tecnologias de informação.

O Open Source em Portugal e no mundo
Os últimos anos foram decisivos para a disseminação das tecnologias open source a nível nacional e para o seu reconhecimento como soluções de inegável qualidade. A título de exemplo, importa destacar o papel reconhecido às tecnologias open source pelo poder político nacional.

Nos últimos anos foi publicada a lei das normas abertas, foi aprovado e está a ser implementado um plano estratégico para o sector público, que reconhece a importância do open source e pela primeira vez, este ano a Lei do Orçamento estabelece uma preferência clara pelas tecnologias abertas em detrimento dos produtos proprietários. Vivemos um momento histórico nesta matéria e que com persistência e resiliência permitirá, nos próximos anos, uma transformação das TIC no sector público.

A nível mundial, os produtos e as comunidades open source têm vindo a ocupar um papel cada vez mais central, quer nas áreas científicas, na inovação e no desenvolvimento, quer na democratização das tecnologias de informação em regiões em que, até há pouco tempo, a presença das TIC e da internet era diminuta. Os equipamentos móveis estão a mudar esta realidade.

Plataformas como o sistema operativo Android, baseadas em tecnologias open source, permitem a massificação de smartphones e tablets nestes mercados. Os números falam por si: em 5 anos a plataforma Android atingiu a fasquia dos mil milhões de equipamentos activos em todo o mundo.

Na era do computador pessoal foram necessários mais de 20 anos para atingir estes números. Vivemos um momento surpreendente da evolução e massificação tecnológica e é para a ESOP motivo de orgulho que as tecnologias open source assumam um papel fundamental neste processo. É isto que nos motiva a continuar por muitos e bons anos: acreditamos que as tecnologias open source são uma energia de mudança, para Portugal e para o mundo.




(*) Presidente da ESOP