Por João Dias (*)

O termo "Metaverso" tem vindo a ser apresentado como uma revolução na forma como iremos interagir, socializar e criar experiências. Este define-se como um mundo paralelo onde os limites geográficos se desvanecem e pessoas de todo o mundo podem interagir sem barreiras físicas, criativas ou culturais. O Metaverso promete ser uma fonte de receita e o berço de novos negócios.

Mas o que nos separa deste admirável mundo, mais aberto, criativo, livre e tolerante? O facto de não fazermos ideia do que é, ou do que pode vir a ser este denominado Metaverso.

A ideia de um espaço virtual, paralelo à nossa existência física, onde podemos ter uma existência virtual mais ou menos próxima da existência física não é algo radicalmente novo. Na realidade já o fazemos nas redes sociais que dão suporte a um número crescente de atividades profissionais e lúdicas. O elemento diferenciador é introduzido pelo elevado nível de imersão e criatividade que se pressupõe poder vir a existir no Metaverso, onde os óculos de realidade virtual dão ao utilizador uma maior liberdade de interação.

No entanto, ainda existe uma clara separação entre a nossa existência física e virtual, sendo a segunda uma representação minimalista de nós próprios, que muitas das vezes é materializada no nosso pseudónimo ou avatar. A proposta do Metaverso é, a esse respeito, mais profunda e assenta em três pilares fundamentais: imersão, interatividade e a sensação de que o espaço virtual se altera com a nossa presença.

Ao entrar no Metaverso, o utilizador é transportado para um novo ambiente, onde pode interagir em tempo real com outros utilizadores e objetos digitais. A imersão é tão completa e interativa que os utilizadores sentem que estão realmente no ambiente real, e não apenas a interagir com este de forma virtual. Essa sensação de imersão é o que torna o Metaverso tão atraente, capaz de oferecer experiências únicas que não podem ser encontradas noutro tipo de entretenimento.

No entanto, será que precisamos desta simbiose entre o virtual e o físico que o Metaverso nos oferece? Talvez não, mas existem fortes indícios de que o Metaverso vai mudar a forma como nos representamos virtualmente. Nomeadamente, o facto de existirem empresas a investir na criação de experiências para o Metaverso (120 mil milhões de dólares, de acordo com a Mckinsey). Também as comunidades ligadas aos jogos digitais, nos dão sinais de que estamos disponíveis para investir na nossa representação virtual. Milhares de pessoas, gerem a personagem (avatar) que assumem enquanto “gamers” como um alter ego, como uma parte de si ou da sua existência.

Em suma, não será já amanhã que colocamos óculos VR para ir a uma reunião num cenário paradisíaco, mas há 10 anos também não esperávamos ter reuniões online que se resolveriam num simples telefonema. O Metaverso de que aqui falamos, pode nunca vir a existir, mas a forma como interagimos e como as fronteiras entre o real e virtual se vão continuar a esbater, vai decerto mudar a forma como comunicamos.

(*) Professor Associado – IADE UE e Coordenador da Licenciatura em Tecnologias Criativas e do Mestrado de Computação Criativa e Inteligência Artificial

CEO e Cofundador da inKlusion Entertaiment, SA

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