Por Phillip Martinho Luís (*)

 Sabemos que o digital veio revolucionar várias áreas da nossa vida, mas o caso da televisão é um dos melhores exemplos onde essas mudanças se têm vindo a verificar de forma mais acentuada ao longo do tempo.

Nos últimos anos, à medida que os novos players e formatos crescem e reformulam os padrões de consumo, mudam também as expectativas dos consumidores relativamente à televisão enquanto fonte de entretenimento.

Para melhor compreendermos estas alterações, olhemos para alguns desafios que os clientes enfrentam no dia-a-dia: quanto tempo gastam a procurar/escolher o conteúdo que melhor se adequa às suas preferências? Quantos serviços de streaming ou canais premium subscrevem? Estão mesmo a conseguir tirar o benefício de todas as subscrições? Com que frequência é que alternam entre dispositivos e serviços para verem os conteúdos que desejam? Alguma vez se questionaram o que é que os seus amigos e familiares estão a ver quando também estão em frente à TV?

É provável que os consumidores se questionem "Como escolher?", “O que escolher?” ou “Porque é que é tão difícil escolher?”.

Sejamos francos: nunca se pagou tanto pelo conteúdo. No entanto, os fornecedores de serviços ainda não descobriram a fórmula certa para proporcionar uma experiência consistente e verdadeiramente personalizada.

Uma ideia importante a ter em conta é a de que, embora o consumo de vídeo e de TV esteja a mudar à velocidade da luz, é impossível prever se a televisão linear vai desaparecer ou se novos serviços de streaming vão dominar o mercado. Porém, algo sobre o qual estaremos de acordo é que todos os formatos terão de se ajustar e conviver no mesmo espaço.

É fundamental que os operadores de telecomunicações se adaptem e tirem o melhor partido das tecnologias inovadoras que têm ao seu dispor, nomeadamente:

  • Adotar arquiteturas de sistemas cloud-based, que lhes permitam escalar rapidamente e garantir qualidade de serviço de forma eficiente;
  • Potenciar as capacidades de Big Data e Machine Learning, para transformar informação em conhecimento útil e assim tomar decisões de negócio conscientes;
  • Explorar a Inteligência Cognitiva e Artificial, para melhorar as recomendações aos utilizadores, reduzir o tempo gasto em zapping ou mesmo para monitorizar a qualidade do serviço;
  • Viabilizar os assistentes de voz inteligentes, desenvolver funcionalidades interativas e integrar serviços de terceiros que envolvem e retêm os clientes à experiência televisiva.

Tudo isto direciona-nos para uma Plataforma Agregadora de Conteúdos que os consumidores estarão dispostos a pagar – se o serviço prestado e a experiência forem ajustados às suas preferências e exigências de qualidade.

Adicionalmente, se soubermos os perfis de quem vê televisão e aquilo que preferem consumir, também podemos rentabilizar novas oportunidades de negócio, tal como publicidade personalizada.

São inúmeras as possibilidades no que toca à evolução da televisão e naquilo em que ela se pode vir a transformar. E uma coisa é certa: qualquer que seja o caminho traçado para o futuro deste formato, não há dúvida de que será uma viagem emocionante a explorar.

(*) Digital TV Manager | Celfocus