Por Jorge Antunes (*)
Sem garantia do que está ainda por vir, a pandemia está a pôr à prova qualquer empresa e indústria a reinventar-se a grande velocidade para poder satisfazer as necessidades e exigências do mercado. Daqui, estão a sair grandes desafios, mas também oportunidades.
Perante este cenário, o conceito de Inovação Social, que defende a utilização da tecnologia a favor da sociedade, tem sido validado e as suas soluções aceleradas. Assim, além do objetivo de desenvolver um negócio rentável, as tecnológicas estão cada vez mais a alinhar as componentes económicas, sociais e ambientais da inovação numa estratégia bem definida e consistente, tendo como caminho a criação de impacto na sociedade.
O setor da Saúde foi um dos que mais foi posto à prova durante este período, não só pela necessidade de dar resposta às várias enchentes que acompanham a evolução de casos, mas também para dar resposta a todos os outros pacientes, cujas necessidades não estão relacionadas com a pandemia. Aqui, sob uma grande pressão para digitalizar este setor, a tecnologia provou o seu valor, através de, entre outros, sistemas de diagnóstico clínico mais intuitivos e de serviços de consulta digitais e outros mais avançados para a comunidade médica e de saúde, de troca de pareceres médicos, por exemplo.
Também o quotidiano da sociedade tem vindo a sofrer inúmeras mudanças. Além de máscaras e mãos continuamente desinfetadas, o contacto uns com os outros foi reduzido e as interações em espaços públicos distanciada. Isto acarretou muitos desafios para muitos setores, em especial para o retalhista. Neste, o futuro – que é já o presente em muitas cidades - está assente em soluções como as lojas autónomas, que oferecem uma experiência de consumo mais segura e livre de contacto físico.
Ainda que alguns destes exemplos possam parecer futuristas, a sua criação e implementação são já realidade em muitas regiões e muitos são mesmo desenvolvidos em Portugal. A adoção da inovação social na estratégia das organizações é, por isso, essencial para a sua sobrevivência e competitividade, uma vez que os stakeholders valorizam cada vez mais este impacto, o que fará com que as tecnologias geradas sem propósito acabem por se tornar obsoletas.
Neste sentido, as organizações devem repensar os seus objetivos e missão, de forma a manter a sua reputação no mercado, que permitirá não só atrair clientes e candidatos, mas também reter a sua base de talento num mercado de trabalho feroz. Este é o caminho para uma mudança de paradigma na forma como a tecnologia interage com o homem e que a pandemia veio reforçar.
(*) Diretor na Hitachi Vantara Portugal
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