Por Tiago Carrondo (*)
Em 20 de Agosto de 2004 um senhor, Mark Shuttleworth, abria o bug #1 [https://bugs.launchpad.net/ubuntu/+bug/1] na plataforma Launchpad (ainda não havia github, mas só isso dava outro artigo…). Na altura, o problema era com os desktops e laptops que em qualquer loja onde entrássemos traziam sempre Windows pré-instalado.
Estava então traçado o objectivo principal, da altura, para o Ubuntu: corrigir o bug #1!
A Canonical lança, então em Outubro desse ano, dia 20, a primeira versão do Ubuntu, baptizada de Warty Warthog, e manifesta a intenção de lançar uma nova versão a cada 6 meses. Começava, assim, a mudança de paradigma relativamente à utilização de Linux pelo público em geral (“Linux for human beings”). As novidades que se destacavam, na altura, eram a simplicidade na instalação, qualquer pessoa que já tivesse instalado um sistema operativo mais popular conseguiria levar a cabo esta instalação com sucesso; a introdução do live cd, que permitia experimentar o Ubuntu no PC de uso habitual sem ser necessário instalar todo o sistema operativo; e por último o modo de distribuição, que poderia ser através do esperado download no site, mas poderia ser também enviado gratuitamente por correio para casa do utilizador através de um serviço criado pela Canonical: o ShipIt!
Ainda sobre o ShipIt… lembro-me bem da primeira vez que usei o serviço e fiquei admirado ao verificar que a quantidade mínima para o pedido era 5! Ora, mas eu só precisava de 1. Concluí o pedido e só quando o envelope me chegou a casa percebi o conceito: lá dentro, algures, vinha uma mensagem “Fica com 1, oferece os outros 4”.
Seguiram-se 15 anos de lançamentos de novas versões de 6 em 6 meses (com 1 excepção, a Dapper Drake), versões LTS (long-term support) de 2 em 2 anos, actualmente com suporte para 5 anos, tanto na versão desktop como server. O desktop já foi GNOME, depois Unity; recentemente voltou a ser GNOME. A cada nova versão, a qualidade aumenta, o número de instalações também, e ao longo destes 15 anos pudemos assistir à presença do Ubuntu não só em servidores, desktops e laptops, mas também em telemóveis e tablets, robots, dispositivos iot bem como inúmeros equipamentos de rede domésticos e profissionais e até como parte de outros sistemas operativos (Windows Subsystem for Linux).
O bug #1 foi fechado em Maio de 2013, mas a evolução e massificação do Ubuntu continua, tendo actualmente o papel de líder nos principais fornecedores de cloud services (não podendo partilhar números que só a canonical tem, eles afirmam “we are number 1 across all public clouds”), e uma utilização de “many, many millions” (mais uma vez dados da Canonical) no somatório Desktop e WSL.
Parabéns Ubuntu, os primeiros 15 anos foram fantásticos. Mudaste a maneira de pensar e de trabalhar de muita gente. Como serão os próximos?
(*) responsável pela comunidade Ubuntu Portugal
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