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A Acer terminou o ano no terceiro lugar do mercado nacional de vendas de PCs, em termos globais e no segmento de notebooks. Os resultados são satisfatórios, concorda António Papale em entrevista ao TeK, mas o objectivo é continuar a crescer e chegar à liderança nos notebooks, enquanto avançam um lugar na tabela geral de vendas.
O director geral ibérico traça os objectivos da empresa e desvenda a estratégia que passa por uma presença directa no mercado português que permita acompanhar o canal de vendas e crescer em segmentos onde a presença da Acer em Portugal é mais fraca, como os monitores.
O responsável explica a estratégia da companhia em termos de tecnologias e funcionalidades e sublinha a importância de uma aproximação às necessidades do cliente, mantendo esforços para criar produtos de design apelativo e fáceis de utilizar.
TeK: O ano passado foi um ano de crescimento para a Acer. Como comenta os resultados obtidos?
António Papale: A nível ibérico fechámos o ano com resultados financeiros de 150 milhões de euros, para o que Portugal contribuiu com 50 milhões de euros. Isto permitiu-nos fechar o ano em Portugal no terceiro lugar do ranking de vendas globais, o mesmo que no mercado de notebooks onde acumulamos um crescimento significativo. Estes resultados fazem-nos entrar em 2005 de forma muito positiva e estabelecer como objectivo para o mercado português a liderança no segmento de notebooks e chegar a número dois no ranking global. Esta é uma meta ambiciosa, por um lado, mas acredito que alcançável se tivermos em conta as vendas do último trimestre do ano. Os resultados deste trimestre são normalmente um bom indicador para o ano seguinte.
TeK: Em termos de estratégia, quais têm sido as principais linhas de acção da Acer para crescer e conquistar quota?
A.P.: Penso que os nossos resultados reflectem um mix de coisas, muitas delas resultado da organização da própria companhia como a aposta numa estratégia de canal. Esta é uma política clara, muito clara. Por outro lado apoiamo-nos numa estrutura de custos controlada e muito baixa desde a fábrica até ao utilizador final, o que é fundamental. Outra das nossas principais preocupações passa por manter uma oferta tecnológica actual e dirigida aos interesses e necessidades dos consumidores.
TeK: E para alcançar os objectivo traçados para o mercado português, qual vai ser a estratégia?
A.P.: Com os objectivos que traçámos para Portugal este ano consideramos importante uma representação local, que estamos a planear ainda numa fase de escolha de recursos humanos portugueses. Até agora temos olhado Portugal sempre a partir de Espanha, mas estamos empenhados em formar uma equipa de recursos humanos locais.
Estamos numa época de globalização mas cada país tem a sua identidade e o seu idioma e isso é um aspecto muito importante. Por outro lado queremos por em marcha um conjunto de acções relacionadas com o nosso programa de canal, definido a nível europeu e replicado nos vários países.
Outra das vantagens de uma presença local é que aumenta as nossas possibilidades de crescer em áreas onde estamos pouco, como a área de monitores. Em Espanha lideramos o mercado de LCDs, aqui não somos nada nesta área. A nossa capacidade de promover os nossos produtos será também beneficiada.
TeK: Com quantas pessoas deverá arrancar a equipa portuguesa?
A.P.: No princípio serão quatro pessoas. Será uma estrutura reduzida porque o canal acaba por ser a nossa organização em cada país. Dessa forma mantemos uma estrutura muito pequena, somos competitivos e damos também a oportunidade ao canal de crescer e aumentar o seu negócio.
TeK: Isto significa também uma aposta mais forte no reconhecimento da vossa marca no mercado português?
A.P.: Claro, para nós Portugal é estratégico ao nível da Península Ibérica e tem um potencial enorme. Penso que é essa aposta que o canal espera da nossa parte porque procura uma alternativa segura que a Acer pode oferecer.
TeK: Quais as principais diferenças entre o mercado português e o mercado espanhol?
A.P.: Tenho a impressão que o mercado português é mais exigente e mais atento às novidades tecnológicas. Penso que essa seja a grande diferença porque em termos de preços para o utilizador final são idênticos nos dois países.
TeK: A esse nível - tecnológico e de funcionalidades - quais são as vossas principais apostas para 2005?
A.P.: Escolher as mais recentes plataformas tecnológicas é o mais fácil neste campo. O difícil - que é o nosso desafio - é integrar as plataformas, as funcionalidades wireless, bluetooth, conseguir um bom design e manter a facilidade de utilização dos equipamentos.
Uma das nossas missões é quebrar barreiras entre as pessoas e as tecnologias. É um desafio que abraçamos quando deixamos de estar centrados no fabrico, para nos centrarmos no cliente.
O novo cenário de convergência digital com que nos deparamos, que permite a comunicação entre vários equipamentos, é também uma oportunidade para estarmos à frente no tempo e nos serviços prestados ao mercado.
TeK: Como vê a evolução do mercado de PCs?
A.P: Acho que há aspectos importantes a reter quando pensamos no futuro. Quando analisamos os resultados financeiros das empresas - já que a rentabilidade é fundamental - vemos que as duas únicas empresas que ganham dinheiro com este negócio são a Dell e a Acer. Se olharmos para as fusões percebemos que neste mercado um mais um nunca faz dois, como demonstraram a fusão da Compaq com a Digital e da Compaq com a HP.
Já em operações como a da Lenovo com a IBM, há que analisar as diferenças culturais entre empresas que dificultam processos de integrações. Se olharmos para a Toshiba vemos que vem perdendo a liderança em vários países, enquanto a Fujitsu tem uma presença muito forte no mercado alemão, mas problemas noutros mercados e ao nível dos custos de estrutura.
Temos também um estudo da IDC que nos diz que em três a quatro anos os três ou quatro primeiros do ranking mundial desaparecem desses lugares.
Enfim, penso que o cenário actual é bastante interessante e é para nós uma oportunidade que queremos aproveitar, seguindo a mesma estratégia e procurando sempre uma forma de criar produtos novos que sejam apelativos para os consumidores.
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