Começa já na próxima terça-feira mais um Congresso da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC). A edição deste ano não está subordinada a um tema único, apresentando como habitualmente painéis sobre os diversos temas que preocupam a área das telecomunicações de media.




António Lobo Xavier, presidente do 12º congresso da APDC, respondeu por email a algumas perguntas colocadas pelo TeK a propósito deste evento.



TeK: O 12º Congresso da APDC não tem tema, ao contrário dos outros anos. Porquê?

António Lobo Xavier:
Não há razão especial, foi uma opção natural da organização. Os temas a tratar no Congresso são tão variados e tão actuais que dificilmente caberiam numa fórmula com sentido.



TeK: Depois do ano ter sido dominado por questões como a venda da rede fixa e as concentrações nos móveis, ainda não resolvidas, acha que este Congresso vai trazer novidades?

A.L.X.:
Os próprios temas que refere não se encontram encerrados nesta altura. Mas o sector não se resume a esses dois assuntos. Vão ser apresentados, por exemplo, dois exaustivos estudos sobre as telecomunicações em Portugal e sobre os progressos da liberalização. No âmbito dos media, por exemplo, aguarda-se com expectativa o debate sobre os modelos de serviço público de televisão.



TeK: A agenda da actualidade com a mudança de Governo e da direcção do regulador das telecomunicações, assim como as movimentações nos móveis serviram em 2002 para aliviar a pressão sobre a liberalização na área da rede fixa. Parece-lhe que o Congresso poderá servir de palco para reanimar esse tema?

A.L.X.:
A rede fixa e os seus problemas vão ser particularmente focados no referido estudo sobre a liberalização em Portugal e no painel sobre a banda larga.



TeK: Quais são os painéis que, quer pela actualidade quer pela importância em termos de definição estratégica, destacaria neste congresso?

A.L.X.:
Eu destacaria, por exemplo, o painel sobre os desafios para os móveis, em que fatalmente se abordará o futuro do UMTS, e os painéis em que se aborda a problemática da sociedade da informação.



TeK: Na sessão de abertura do Congresso será apresentado um estudo sobre o futuro do sector das comunicações em Portugal. Parece-lhe que já em 2003 existem perspectivas optimistas nesta área?

A.L.X.:
Eu admito que 2003 seja um ano de clarificação, em muitos aspectos. Espero que as entidades públicas e os operadores ponham os pés na terra a propósito do UMTS, acho que a consolidação no sector vai avançar, embora nem sempre pelas melhores razões. Mas, fundamentalmente acho que vai ser o ano chave para que o poder político mostre se não se importa com a restauração do monopólio ou se, ao contrário, está comprometido com o estabelecimento de condições de concorrência e de rentabilidade, a pensar na indústria e nos consumidores.



TeK: Numa altura de crise, ou no mínimo de contenção orçamental, é esperada uma grande adesão de congressistas? Já têm muitas inscrições para esta edição do Congresso?

A.L.X.: O Congresso tem suscitado inúmeros pedidos de inscrição, admitindo que venha a ter o sucesso que conheceu nas edições anteriores.





Fátima Caçador