A pergunta é simples: trocaria o seu portátil por um netbook? A resposta exige alguma ponderação, sobretudo para quem está habituado a exigir ao computador um nível de performance que não se compadece das limitações naturais destes pequenos aparelhos, que já foram apelidados de low cost notebooks por causa do preço e que são um dos segmentos em maior crescimento no mercado europeu.

As várias fabricantes não têm por isso descurado a oferta nesta área e, se começaram por propostas de baixa gama, com um design menos cuidado e materiais menos nobres, actualmente a pressão da concorrência obriga a uma diferenciação pela qualidade, mas sempre com muita atenção ao preço.

O Samsung N210, que a marca sul-coreana começou a vender recentemente no mercado português, é um bom exemplo desta nova direcção dos netbooks. Os acabamentos suaves e esteticamente apurados não envergonham ninguém na sua utilização e suscitam até alguma curiosidade junto de portadores de equipamentos maiores - mesmo que não sejam pesos pesados de 17 polegadas - que se questionam sobre a funcionalidade garantida.

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Já tivemos oportunidade de testar diferentes linhas de netbooks de várias marcas, com maior ou menor sucesso, mas foram poucos os modelos que agradaram o suficiente para sugerir uma mudança de hábitos e de portátil do "dia-a-dia" jornalístico, que passa por muitas conferências onde a necessidade de agarrar a notícia obriga cada vez mais ao uso de um computador, exigindo-se uma boa duração de bateria, conectividade fácil e um bom teclado, que não obrigue a gralhas involuntárias.

Este novo modelo da Samsung é um bom candidato nesta categoria. Apesar da cor branca, que não agrada especialmente mas que tem como alternativa o preto, o ecrã de 10,1 polegadas serve os propósitos para escrita de texto, e o teclado é uma boa surpresa, com a adopção do QWERTY integral, onde as teclas quadradas estão separadas em "modelo ilha" e oferecem uma experiência de utilização agradável.
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Enquanto noutros netbooks é preciso "cortar as unhas" para evitar erros, e algum tempo de adaptação à localização estranha de algumas teclas e posicionamento das teclas de cursor, esse passo fica aqui dispensado.

No touchpad fica ainda a nota da capacidade multi-touch, que permite algumas "brincadeiras", embora exija algum treino e habituação.

Quanto à performance, não se pode dizer que o NB210 seja "uma bomba", mas também não desilude nas funções básicas, mesmo que abra muitas janelas de browser e as habituais aplicações de produtividade. Se "carregar" com aplicações gráficas, ou jogos de processamento intensivo já será mais complicado.

A combinação entre os novos processadores Atom N450, a 1,66 GHz, uma memória RAM DDR2 de 1GB e o Windows 7 Starter ajudam a que o utilizador normal não sinta diferença na utilização e até qualifique este netbook como rápido e escorreito. E prepare-se para alguma surpresa com o arranque (quase) supersónico do ambiente de trabalho com o Phoenix HyperSpace.

Mas a qualidade que realmente conquista os mais cépticos é a duração da bateria. A Samsung reclama 12 horas de duração, garantidas pela bateria de 6 células, mas isso acontece em condições óptimas e com recurso pouco intenso a conectividade Wi-Fi ou 3G. Apesar de tudo, pode bem sair de casa de manhã sem o carregados (que aliás é mínimo, a combinar com o equipamento) porque uma carga completa de bateria durará sem dúvida as regulamentares 8 horas de trabalho.

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A desvantagem é que a dimensão da bateria de 6 células "engrossa" o equipamento, mas o sistema adoptado pela Samsung até permite uma ligeira inclinação da base do teclado que se torna agradável para quem está habituado a teclados de PC de secretária elevados.

Embora mais caro 30 euros do que o modelo base da linha de netbooks da Samsung, só a diferenciação da bateria justifica bem este suplemento, porque vai certamente assegurar maior paz de espírito e evitar que esteja constantemente à procura de uma ficha eléctrica onde o ligar...

O resultado da soma de todas as partes é positivo. Por 369 euros o Samsung N210 é uma boa alternativa para quem procura portabilidade sem perder muito no desempenho mas que não está interessado em grandes voos com aplicações muito pesadas. E para além de ser mais leve na carteira do que os modelos de ecrã de 15 polegadas - que já se encontram nas lojas com preços a rondar os 500/600 euros - é também mais leve na bolsa, e os 1,34 Kg podem ter um impacto a longo prazo na redução das facturas no ortopedista…

Falta só a resposta à pergunta inicial: trocaria o portátil por um netbook? Ainda não, pelo menos definitivamente, mas estes modelos começam a ganhar maior quota de tempo de utilização no dia-a-dia de trabalho fora da redacção...

Fátima Caçador

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