Custou mas chegou. O LG Maximo G está disponível em Portugal desde o final de abril e se as manchetes são feitas com o Galaxy S4 ou HTC One, fique a saber que tem aqui uma terceira opção.

Conhece aquela situação em que toda a gente fica à espera de uma pessoa para um determinado evento, mas que o atraso acaba por ser desculpado pela dinâmica que o convidado atrasado acaba por trazer ao evento? Esse é o LG Maximo G.

Anunciado no verão de 2012, tinha como objetivo ser um rival à altura do Galaxy S III e HTC One X. Também conhecido como LG E975, chegou a Portugal no final de abril deste ano.

Entretanto já as marcas rivais atualizaram o portfólio com smartphones que são considerados os melhores Android do mercado: Galaxy S4 e HTC One. A própria LG já lançou várias variantes deste Maximo G desde então - Nexus 4, Optimus G Pro, Optimus GLS e recentemente o Optimus GJ, à prova de água.

O TeK questionou a LG pela razão que levou à chegada tão tardia ao mercado português do smartphone - seis meses depois de ser disponibilizado noutros mercados e nove meses depois de ser anunciado. Não houve uma resposta por parte da marca.

O timing de comercialização acaba por ser importante pois o telemóvel pode ter perdido a oportunidade de ter sido um sucesso comercial em Portugal. É que tanto a nível de hardware como a nível de desempenho, o Maximo G é um topo de gama com todas as letras, que se bate lado a lado com os novos smartphones das rivais.

[caption]LG Maximo G[/caption]

A construção do dispositivo é de qualidade. A frente do equipamento é toda ela em vidro, a traseira é em policarbonato transparente que tem tanto de rigidez como de elegante, e a ligar as duas partes existe um filamento cromado.

A parte de trás do telemóvel tem ainda uma particularidade que partilha com o Nexus 4 da Google. Visto de uma perspetiva, o painel traseiro é totalmente preto, mas alterando o ângulo de visão, existem pintas brilhantes que são suficientemente discretas para não serem "parolas" e aparecem com frequência suficiente para dar outra dinâmica à construção e aparência do equipamento.

Em contrapartida, a mesma parte traseira é um verdadeiro pega-monstros de dedadas e impressões digitais.

O design quadrado e sóbrio do telemóvel pode não agradar a todos, mas aliado à construção cuidada, acaba por tornar o equipamento bem desenhado e robusto - duas qualidades que certamente serão apreciadas pela generalidade da população.

[caption]LG Maximo G[/caption]

O ecrã é outro fator de destaque do Maximo G. Com um tamanho de 4,7 polegadas e uma resolução de 1280x768 píxeis - inferior à "norma" das cinco polegadas em Full HD - este True IPS+ como a fabricante sul-coreana lhe chama tem uma nitidez de imagem e um brilho acima da média. Mais do que suficiente e indicado para consumos multimédia como ver uma mini-série ou passar meia hora agarrado a um jogo.

As cores são vivas, o que permite uma utilização confortável sob uma luz solar forte - ainda que a luminosidade do telemóvel tenha que estar no máximo. Destaque ainda para as pequenas margens que existem entre o ecrã e a extremidade do telemóvel, que fazem parecer a tela maior e a fronte do smartphone melhor aproveitada.

Nas restantes especificações técnicas o Maximo G transpira saúde por todos os lados: processador Snapdragon S4 Krait de quatro núcleos a 1,5Ghz, unidade de processamento gráfico Adreno 320, 2GB de memória RAM e 25GB de armazenamento interno utilizáveis e sem direito a expansão através de cartão de memória.

O processador e a memória RAM tornam o desempenho do Maximo G uma experiência agradável e tal como deve ser a de um telemóvel topo de gama - sem lag, sem engasgos, rápido a responder a todas as exigências do utilizador e a executar essas mesmas tarefas.

Sair de uma aplicação para abrir outra, iniciar a aplicação da câmara fotográfica, jogar um jogo e abandonar o título para espreitar um tweet, abrir notificações e ligar ou desligar Wi-Fi, rede de dados, GPS ou NFC, são ações que se fazem instantaneamente. Do "pacote" completo que o telemóvel representa, o desempenho foi a característica que mais surpreendeu.

[caption]LG Maximo G[/caption]

Talvez por permitir uma utilização sem irritações é que os componentes - certamente o processador - aquecem em demasia. É um calor que acaba por ser desconfortável quando se está a jogar por exemplo e que fica perto do sensor fotográfico, levando a pensar até que ponto pode este aquecimento ser prejudicial para outros componentes.

E se o desempenho foi o que mais impressionou, é na bateria que está a maior desilusão. Em utilização intensiva - sempre ligado à rede, Wi-Fi ou de dados, a enviar mensagens, a receber algumas chamadas, a consultar o email regularmente e com direito a um tempo recreativo de jogo de vários minutos, um dia de utilização em esforço. É igual ao que outros smartphones conseguem, e quem sabe até melhor, mas na opinião do TeK é ainda insuficiente.

Voltando ao NFC, destaque negativo para a LG que não inclui na caixa do LG E975 uma única smart tag, limitando à partida o uso da tecnologia de comunicação sem fios.

Mas na caixa vêm uns auscultadores personalizados e de boa qualidade sonora - ainda que o que agarrou a atenção foi mesmo o desenho dos phones. Continuando na área do som vale a pena dizer que o Maximo G tem um auscultador incoporado na parte traseira que atinge um volume muito alto e que dependendo do som pode variar entre o vibrante e o desconfortável.

[caption]LG Maximo G[/caption]

O Maximo G comporta ainda um sensor fotográfico traseiro de 13 megapíxeis que apesar de ser bom, não é impressionante. Tal como noutros modelos anteriores da marca, sempre que o zoom na fotografia é chamado à ação a qualidade das fotos cai de forma abrupta.

Para compensar existem várias particularidades no software da câmara como a capacidade de capturar uma fotografia através de um comando por voz - cheese ou whisky por exemplo -, o que é uma mais-valia num telemóvel sem botão dedicado para as fotos.

[caption]LG Maximo G[/caption]

[caption]LG Maximo G[/caption]

A nível de software vale a pena referir que a versão do Android é a 4.1.2, que ainda não há certezas de que venha a ser atualizado para a versão 4.2.2 ou superior. A LG incorpora o Optimus UI V3 no telemóvel que traz algumas aplicações e novidades diferenciadoras.

O QuickMemo permite registar notas com a imagem que está no ecrã em determinado momento e não é necessária uma pen stylus - a tecnologia zerogap do ecrã permite grande precisão de desenho mesmo com os dedos.

[caption]LG Maximo G[/caption]

O Quick Translator funciona e em várias línguas, e pode ser uma aplicação de desenrasque nas mais variadas situações. Nos testes realizados pelo TeK chegou mesmo a apresentar melhores resultados que o Translate da Google.

O TeK gostou ainda do Live Video, que permite fazer zoom em qualquer vídeo que esteja a ser reproduzido no telemóvel. Existe, como é óbvio, uma perda de qualidade, mas é uma funcionalidade que é preferível ter do que não ter.

Mas o destaque a nível de programação própria vai para o conjunto de aplicações Q Slide que permitem sobrepor vídeo, calculadora, calendário - entre outras - apps e controlar a sua transparência. Movíveis através do ecrã, desta forma é possível executar duas funções ao mesmo tempo sem perder a produtividade de ambas.

[caption]LG Maximo G[/caption]

Em suma, por 499 euros na TMN ou 599 euros em forma livre, tal como o TeK experimentou, os utilizadores podem ter um telemóvel topo de gama que durará vários anos - a nível de software é que nem tanto dada a má tradição da LG no ramo das atualizações. Bom design e bons materiais de construção, desempenho sem falhas e capacidades multimédia na média.

O LG Maximo G falha em alguns aspetos que são característicos de telemóveis mais fracos como a bateria fraca e o aquecimento em exigência maior. Lançado atempadamente, talvez tivesse outra sorte no mercado português. Agora existem mais tubarões contra quem lutar.


Escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

Nota de redação: Esta análise foi originalmente publicada no dia 24 de maio de 2012.