
É impossível prever o futuro, mas é possível prepará-lo. Isso passa por encontrar formas de tirar o melhor partido da grande oportunidade que a inteligência artificial representa, para acelerar ainda mais ciclos de inovação e abrir as portas a grandes descobertas, que podem mudar o mundo e que vão seguramente mudar o futuro do trabalho.
A visão é de Erica Orange, partner da The Future Hunters e autora do livro AI + The New Human Frontier, que a partilhou esta terça-feira no Congresso das Comunicações da APDC, onde defendeu que, do muito que podemos esperar da IA, acabar com o trabalho para os humanos, é uma das coisas que não vale a pena incluir na lista.
“A IA não vai acabar com o trabalho. Vai acabar com o trabalho chato” e substituir os humanos em tarefas rotineiras, repetitivas e de baixo valor acrescentado, acrescentou, mas a capacidade crítica dos humanos vai continuar a ser fundamental para fazer a inovação avançar e para ajudar a conduzir a tecnologia para o melhor que nos pode dar. E pode dar muito, mas temos de nos preparar para isso.
O primeiro bloqueio para tirar partido daquilo que Erica Orange chama Templosion - a implosão do tempo que se fragmentou em momentos cada vez mais curtos, onde tudo acontece cada vez mais rápido, é a burocracia.
A burocracia dos sistemas desenhados para a economia como a conhecemos no passado, não poderá continuar a existir na economia do futuro, porque para acompanhar toda a mudança em curso são necessários novos modelos, tanto para a economia como para o trabalho. É preciso redesenhar funções e sistemas e otimizar a capacidade de adaptação a um mundo que muda cada vez mais rapidamente, com a noção de que “a mudança não é inimiga - o inimigo é o nosso apego às certezas”.
Erica Orange defendeu ainda que a IA é uma oportunidade para aumentar a inteligência, que vai concretizar o seu potencial ao lado dos humanos e não contra eles. “Para mim, uma das grandes promessas da IA não está na tecnologia em si. Está mais na nossa capacidade de aumentarmos a nossa forma de inteligência através destas tecnologias”, sublinhou.
É uma oportunidade como nunca existiu de aprofundar e cruzar conhecimento. Aos humanos cabe a missão de conduzir esse potencial nas direções certas e é por isso que repensar o trabalho é fundamental. “Não se trata apenas de melhorar a produtividade, trata-se de reinventar a forma como trabalhamos e alocamos os nossos conhecimentos e o nosso tempo”, acredita a consultora.
“O futuro precisa de pessoas que vejam a fotografia completa. Não falemos de necessidades dos humanos e da IA, mas de uma mistura de ambos. O futuro não precisa de especialistas, precisa de “generalistas” que consigam ligar tudo e que resolvam problemas com soluções de domínios completamente diferentes”.
Numa alusão aos exploradores portugueses, a oradora disse mesmo que a IA pode tornar-se no próximo Magalhães, com todas as possibilidades que se abrem à descoberta por este tipo de sistema sem as limitações humanas e com capacidade de usar mais dados e de fazê-lo mais rapidamente do que qualquer humano.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
Milhares de cores em nova imagem impressionante da Galáxia do Escultor -
App do dia
Já experimentou a Edits? É a aposta do Instagram para editar vídeos ao estilo do CapCut -
Site do dia
Adivinhe onde está e aprenda um pouco mais sobre o mundo -
How to TEK
Verifique se o seu smartphone está infetado com malware analisando sintomas estranhos
Comentários