Já lá vai o tempo em que ter um tablet era algo comum a quase todos os utilizadores de eletrónica. O mercado tem vindo a cair e os smartphones, com os seus ecrãs em crescendo, podem estar a substituir um aparelho que já foi bastante mais popular no concretizar de algumas tarefas. Apesar disso, a Samsung continua a apostar em produzir tablets de qualidade para aqueles que precisam de ter um equipamento capaz e que possa ser levado na mão ou na mochila sem ocupar muito espaço.
O Tab S3 é o modelo mais recente da marca sul coreana e, como já é habitual nos equipamentos de topo da marca, é muito bonito de se ver. Leve, fino, com um ecrã invejável e facilmente transportável, tendo ainda a S Pen para lhe garantir ainda mais funcionalidades únicas.
O problema é que, numa empresa como a Samsung, ficamos sempre à espera de algo muito bem feito e sem falhas, e não é esse o caso deste novo tablet que vem para o mercado para substituir o seu irmão mais velho, o Tab S2. Vamos por partes.
Características gerais
O Galaxy Tab S3 tem um ecrã Super AMOLED de 9,7 polegadas e pesa 429g (aumentando para 434g na versão LTE). O corpo tem seis milímetros de espessura e é feito de acordo com os smartphones topo de gama da marca: em vidro e metal - o que lhe proporciona um aspecto premium mas, ao mesmo tempo, também o torna num grande íman de "dedadas".
Dentro do Tab encontramos uma memória RAM de 4GB e uma memória interna de 32GB, que pode ser expandida através de um cartão microSD. A bateria de 6.000 mAh é muito generosa e suporta carregamento rápido (e bem que esta funcionalidade é precisa) através da entrada USB-C. Com uma utilização moderada, o equipamento aguenta dois dias num único carregamento.
No que toca à parte da multimédia estamos perante um tablet muito bem equipado. Tem uma câmara traseira de 13 megapíxeis, com uma abertura f/1.9, e uma câmara frontal de 5 megapíxeis, com uma abertura de f/2.2.
A Samsung também não poupou esforços no que toca à sua parceria com a AKG, empresa da qual é detentora, e colocou quatro colunas no tablet (duas em cima e duas em baixo), de forma a oferecer uma experiência imersiva de extrema qualidade.
Juntamente com o tablet vem incluída uma S Pen desenhada especificamente para este equipamento que, associada a algumas mudanças no Touchwiz, acaba por oferecer um complemento extra ao tablet.
Um dia com o Tab S3
Durante o período de testes o Tab S3 acompanhou-nos todos os dias em todas as atividades possíveis. Afinal, no mundo do jornalismo, o que não falta são press releases para ler, textos para sublinhar, destacar, riscar, enfim… as atividades normais quando se trabalha com muita informação proveniente de diversos locais. Temos de admitir que um tablet “grande” dá muito jeito no que toca a ter mais informação disponível de uma só vez, mas também se torna um pouco incómodo de transportar em mochilas ou malas mais pequenas.
Um ponto bastante "chato" no tablet foi o transporte da S Pen. Isto porque a caneta vem, de facto, na mesma caixa que o tablet, mas não tem um local próprio onde a possamos transportar. Ainda tentámos procurar um suporte com ímanes, mas esses servem apenas para ligarmos o teclado que, como seria de esperar, não vem incluído com o equipamento.
Fazendo a comparação com o modelo anterior, mais especificamente com o tamanho pequeno de 8 polegadas (que agora desapareceu), este revelou ser menos portátil, não só pelo tamanho, mas também pelo material em si. É que o vidro, quer queiramos quer não, é sempre uma aposta estética em detrimento da durabilidade.
Dar o devido uso à S Pen torna-se difícil quando não é um Note
Claro que a S Pen dá jeito. Temos uma maior liberdade de movimentos, podemos tirar notas como se estivéssemos a utilizar um papel, e permite aquela sensação agradável de olhar para apontamentos e ver tudo riscado com notas nas margens, sublinhados de várias cores e riscos tão tortos que mais parecem ter sido feitos durante uma viagem de carro pelo meio de uma estrada cheia de buracos.
Mas a caneta do Tab S3 tem um pequeno/grande problema: não chega perto do padrão de qualidade da gama Note. A experiência pode até não ser má, mas não consegue ser sequer parecida ao que os tablets e smartphones da gama Note conseguem oferecer ao utilizador.
A precisão é inferior e existe um “delay” bastante notável quando escrevemos algo com a caneta. Claro que, para desenhar, pode nem fazer uma diferença grande, até porque consegue resultados muito bons devido aos 4.096 pontos de pressão e aos 0,7 milímetros de espessura da ponta, mas, em exercícios de escrita, o atraso é claramente visível.
Uma experiência multimédia muito imersiva
Ver um vídeo, apreciar uma fotografia ou ouvir música são atividades onde este tablet realmente se consegue destacar. O ecrã é, como a Samsung já habituou os consumidores, algo de incrivelmente nítido e com cores vibrantes graças ao Super AMOLED.
As quatro colunas que equipam o Tab S3 reproduzem um som alto, com um bom equilíbrio entre os graves e os agudos, e oferecem uma experiência de utilização extremamente imersiva. No entanto, têm um problema. Ao estarem colocadas nas laterais (quando em modo landscape) torna-se difícil estar a ver um vídeo com o tablet na mão sem estarmos a tapar uma coluna, esteja ela em cima ou em baixo. Nada que um pouco de atenção e hábito não resolvam, mas não deixa de ser algo um pouco incómodo no equipamento.
No que toca a tirar fotografias, a melhoria, face ao modelo anterior, é notável. As duas câmaras receberam um upgrade considerável no que toca à resolução e o facto de a Samsung ter voltado a implementar o flash traseiro foi um ponto que nos chamou logo à atenção. O maior problema é, lá está, o tamanho do equipamento que, para fotografar, torna-se um pouco estranho de exibir. Não esqueçamos que o ecrã tem quase 10 polegadas...
A posição da câmara traseira, na parte superior ao centro, também não é a mais indicada devido à facilidade com que a mão acaba por assentar em cima dela. No canto superior esquerdo teria resultado melhor.
As fotografias conseguidas pela câmara traseira são, de forma geral, muito satisfatórias. As cores são equilibradas e um pouco mais saturadas que o normal - como é tradição nos equipamentos da marca - mas proporcionam, na nossa opinião, um resultado mais agradável à vista. Em ambientes com menos iluminação já se nota uma diferença na qualidade final, o grão nas zonas mais escuras é percetível, mas os objetos continuam a ficar bastante definidos.
A câmara frontal é satisfatória. Não é a melhor do mercado para selfies, mas este também não é um equipamento pensado para esse efeito. Nas chamadas pelo Skype ou semelhantes serviços funciona sem problemas e mantém uma resolução agradável.
Veredito final
Sem sombra de dúvidas que este é dos melhores (se não mesmo o melhor) tablet do mercado a nível de desempenho e usabilidade. É pena a capa de teclado não vir incluída, pois acreditamos que iria acrescentar qualquer coisa ao tablet. E seria muito bem vinda, especialmente se oferecesse uma maneira cómoda de transportar a S Pen, tal como acontece com modelos da concorrência.
O Tab S3 está muito bem pensado para qualquer consumo multimédia, seja para ler uns quantos PDFs mais pesados, para ver um vídeo, para desenhar alguma coisa ou mesmo para editar uma fotografia. Note que nenhuma destas funções revelou ser demasiado pesada ou difícil de executar neste equipamento. Mesmo para escrever um texto de grandes dimensões ou tirar apontamentos, o tablet consegue lidar com estas tarefas com muita facilidade. Só achamos que a dimensão do tablet é um pouco grande para ser transportada para todo o lado e todos os dias, até porque nem todos os locais requerem que levemos uma mochila grande.
A câmara é um ponto positivo, visto que nunca é um fator negativo poder fotografar em condições com o primeiro equipamento que tivermos na mão, mas a posição onde se encontra colocada não é a melhor. Assim como as colunas, que se estivessem colocadas na parte frontal do S3, seriam capazes de fornecer uma experiência mais agradável.
Contas feitas, quem tiver o modelo anterior, o Tab S2, não deve ir a correr comprar este novo modelo porque as diferenças e vantagens não são suficientes para justificar um novo investimento (a não ser que a S Pen seja, para o leitor, um “must have”). Já quem procura um tablet capaz de realizar qualquer função e, quem sabe, substituir o computador (caso a utilização seja básica), esta poderá ser das melhores opções do mercado.
O Samsung Galaxy Tab S3 já está disponível e preço do equipamento começa nos 719,99 euros para a versão Wi-Fi.
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