E se a língua deixasse de ser uma barreira à comunicação? É esta a grande promessa do Vasco Translator M3, o mais recente modelo de tradutor eletrónico desenvolvido pela Vasco Electronics.
O equipamento quer ajudar quem o usa a compreender e ser compreendido onde quer que esteja e com quem quer que fale: basta escolher duas línguas e carregar nos botões correspondentes para dar início à conversa. De acordo com a marca, o equipamento permite traduzir mais de 70 línguas diferentes, oferecendo até 96% de precisão.
A pensar naqueles momentos em que não existem ligações Wi-Fi por perto, ou em que o plafond de dados móveis do smartphone foi esgotado, e aceder a uma app de tradução online está fora de questão, este tradutor tem um cartão SIM integrado, disponibilizando Internet “gratuita, ilimitada e vitalícia” em quase 200 países, afirma a Vasco Electronics.
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Leve e com um design compacto, o Vasco Translator M3 dispõe de um ecrã tátil de duas polegadas e traz no seu interior dois microfones, um altifalante de 84 dB, uma bateria de 1.700 mAh e ainda uma câmara fotográfica.
Além do modo principal de tradução, o dispositivo permite traduzir fotos e chamadas telefónicas, incluindo ainda uma função MultiTalk, que permite falar até com 100 pessoas ao mesmo tempo numa espécie de chatroom virtual. Há também espaço para um modo destinado a quem quer aprender novas línguas.
Mas todas estas funcionalidades trazem um preço: 289 euros. Tendo em conta todas outras opções de tradução que estão disponíveis gratuitamente e que conseguem ser facilmente acedidas por quem tem um smartphone, será que um Vasco Translator M3 vale mesmo a pena?
Conversas e traduções a dois ritmos?
Lisboa é um cadinho de culturas e para pôr o Vasco Translator M3 à prova aproveitámos para dar um salto ao Terreiro do Paço, testando-o junto de turistas de várias nacionalidades, entre pessoas que falavam inglês, espanhol, alemão, italiano, esloveno e até coreano, e que ficaram agradavelmente surpreendidas ao ouvirem o pequeno tradutor a falar as suas línguas maternas.
Em linha com o que a Vasco Electronics afirma verificámos que, na vasta maioria dos casos, o equipamento é capaz de captar e traduzir o que está a ser dito em conversa, algo também comprovado pelos turistas com quem falámos, mesmo nos casos de línguas que não dispõem de suporte a pronúncia, como o da língua eslovena.
No entanto é necessário ter em conta que uma conversa intermediada pelo Vasco Translator tem um ritmo diferente de uma conversa normal. Além do compasso de espera necessário para que o equipamento processe e traduza assim que alguém termina de falar, há um intervalo de alguns segundos depois de pressionar no botão para dar início à conversa.
No nosso caso esta situação resultou, por vezes, em traduções incompletas, onde o início de certas frases não foi captado corretamente e onde tivemos de pedir às pessoas que repetissem o que foi dito. Note que o ruído de zonas onde existe um grande movimento de pessoas e veículos, tal como o local onde realizamos estes testes, pode também ter impacto na forma como o equipamento capta as conversas.
Já fora do ambiente citadino averiguámos se este modo do Vasco Tradutor pode ter outras aplicações. Imagine: está a tentar acompanhar, por exemplo, um programa de televisão numa língua que não entende e não existem legendas disponíveis para o ajudar. Será que o equipamento funciona nestes casos?
À semelhança do que sucedeu nos nossos testes de conversa com turistas, devido ao breve compasso de espera que surge após pressionar o botão correspondente à língua que se pretende traduzir, deparámo-nos com algumas traduções incompletas. A rapidez parece ser uma “inimiga” das traduções e, nos casos onde há alguém que fala muito rapidamente, o equipamento tem alguma dificuldade em captar e reconhecer todas as palavras.
Entre chamadas, fotografias e "aulas" na palma da mão
Por outro lado, no modo TranslaCall, concebido para a tradução de chamadas telefónicas, estas dificuldades não se fizeram sentir da mesma forma, e os nossos testes tiveram resultados mais positivos a nível de captação das vozes, mesmo tendo em conta a qualidade do som transmitido pelo smartphone.
Em destaque no Vasco Translator M3 está também o modo Tradutor de fotos, que, tal como o seu nome indica, permite captar imagens através da câmara do equipamento e traduzir o que nelas está escrito.
Aqui, pusemos o modo à prova na tradução de placas de sinalização, quadros com informação e até de texto escrito em livros e à mão. Apesar de constatarmos que é possível fazer uma tradução com alguma precisão e até de a enviar diretamente por email a alguém, a grande desvantagem encontra-se mesmo no tamanho reduzido do ecrã.
É certo que há a possibilidade de fazer zoom, mas, em imagens onde o texto está maioritariamente concentrado numa zona, a leitura nem sempre é fácil. Outro ponto que se destaca pela negativa é a questão de não ser possível aceder a imagens captadas e traduzidas anteriormente.
Além de ajudar os utilizadores a comunicarem com quem fala uma língua diferente, o Vasco Translator dispõe de um modo que lhes permite apreenderem novas línguas, funcionando à base de “flash cards” com palavras acompanhadas pela respetiva pronúncia. Porém não espere um “professor” de bolso pronto a ensinar-se conceitos avançados: em linha com o que a empresa afirma este é mesmo um modo desenhado em torno das noções básicas das línguas.
Ao avançarmos nas lições, notámos que este modo poderá funcionar melhor como um complemento à aprendizagem de uma nova língua, sendo útil para quem ainda está a dar os “primeiros passos” e quer treinar a forma como se dizem e escrevem as palavras mais básicas.
Será que vale mesmo a pena investir?
Em suma, apesar de haver espaço para melhorias, o Vasco Translator M3 cumpre as suas funções de forma satisfatória. Além de um modo de funcionamento relativamente simples e intuitivo, destacam-se o número de línguas que podem ser traduzidas, assim como possibilidade de estar online sem estar dependente de Wi-Fi. A facilidade de transporte e a sua autonomia são também pontos a realçar.
Mas será que o investimento de 289 euros vale mesmo a pena? Tudo vai depender das suas necessidades. Por um lado, se é alguém que raramente viaja para países estrangeiros, ou que não contacta com muita frequência pessoas que falem outras línguas, aproveitar outras opções de tradução, como aquelas que estão amplamente disponíveis online, pode sair-lhe mias “em conta”.
Por outro, se viaja muito, seja em negócios ou simplesmente pelo prazer de viajar e de conhecer novas culturas e se contacta com pessoas que falam outras línguas no seu dia-a-dia, por motivos de trabalho ou porque tem alguém na sua família que fala uma língua diferente da sua, investir num Vasco é uma opção a considerar.
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