Da gama de entrada aos modelos topo de gama, os smartphones oferecem funcionalidades para todo o tipo de utilizadores. Os modelos premium introduzem no mercado as especificações mais poderosas, as tecnologias mais recentes, processadores mais rápidos, câmaras com melhor qualidade e ecrãs repletos de cor e brilho. Tudo isso concentrado num modelo significa pagar, muitas vezes, preços acima dos 1.000 euros pelas propostas topo de gama.
Mas o mercado dos smartphones de gama média é bastante interessante, porque normalmente oferece maior flexibilidade de escolha daquilo que realmente interessa aos utilizadores. Ou seja, não sendo verdadeiramente baratos, podem custar até metade dos equipamentos de topo e ainda assim beneficiar das funcionalidades que mais interessam. Há modelos que oferecem melhores câmaras em detrimento do processador, ou ecrãs mais otimizados para quem dá importância ao consumo de conteúdos, por exemplo.
Gama média “topo de gama”
A linha de smartphones Redmi Note da Xiaomi funciona exatamente dessa forma, uma submarca com modelos abaixo dos 600 euros, mas com algumas funcionalidades de topo, desde câmaras fotográficas a sistemas de carregamento rápido. A marca orgulha-se de “fintar” muitas marcas, ao introduzir funcionalidades que os rivais ainda não têm nos seus flagships e isso reflete-se nas vendas: esta é a linha da Xiaomi que mais vende, como referiu a marca recentemente durante a apresentação do equipamento.
Veja na galeria imagens do smartphone:
A nova família Redmi Note 13 é composta por cinco modelos, sendo três deles de gama Pro. Os modelos têm características bastante semelhantes, com algumas alterações como o processador e a capacidade da bateria. O modelo que a Xiaomi enviou para teste é o do meio, o Redmi Note 13 Pro 5G, que tem um preço de 399,99 euros.
As diferenças com o topo de gama prendem-se diretamente com a sua configuração de hardware. O Pro+ é alimentado pelo processador MediaTek Dimensity 7200 Ultra, ao passo que o modelo de teste Note 13 Pro 5G tem um Snapdragon 7 Gen 2, o processador flagship da Qualcomm para equipamentos de gama média. Apesar da mesma configuração na capacidade de memórias, estas são de gerações diferentes. O mais apetrechado tem RAM LPDDR5 e armazenamento UFS 3.1, ao passo que o Pro 5G que serviu de teste tem RAM LPDDR4X e armazenamento UFS 2.2.
Por fim, apesar do modelo de teste ter uma bateria com mais capacidade, de 5.100 mAh (contra os 5.000 mAh do Pro+), o seu carregamento é mais lento, a 67 W, contra o sistema de 120 W do mais apetrechado. Apesar que 67 W de velocidade de carregamento ainda é consideravelmente rápido para os padrões atuais, sendo possível carregar totalmente o equipamento em cerca de 30-40 minutos, este fica atrás do Oppo Reno 8 Pro, que carrega a 80 W, num modelo com quase dois anos. Ainda assim, estas características fazem a diferença dos 150 euros que distanciam os dois modelos Redmi Note (a versão Pro+ custa 549,99 euros).
É sempre difícil testar a autonomia de um equipamento, uma vez que este depende sempre da taxa de esforço de utilização das aplicações e câmara, a iluminação do ecrã, e claro, a quantidade de apps que vamos instalando ao longo do tempo de uso. Mas considerando o estado “virgem” do equipamento, não terá problemas em fazer uma utilização normal ao longo de todo o dia sem o colocar à carga. A capacidade generosa da bateria de 5.100 mAh promete nunca deixar nenhuma utilização pendurada. Em teste de vídeo contínuo, a sua autonomia rondará as 11-12 horas de utilização.
Design com requinte e cantos arredondados
Um aspecto que tem sido preocupação da Xiaomi para os seus modelos Redmi diz respeito ao design. Obviamente que um modelo flagship é exigível que seja o mais fino e leve possível, mas sobretudo com um design atraente. O Redmi Note 13 Pro 5G está bem servido nesse campo. O smartphone é elegante, mesmo sem ser o mais leve e fino (pesa ainda assim 170 gramas sem capa). A sua traseira em tom azul marinho suave abraça toda a moldura do equipamento, conferindo-lhe um aspeto agradável.
A moldura do ecrã é praticamente inexistente, libertando a totalidade do espaço útil para os conteúdos, apresentando um punch hole para a câmara frontal. E os seus cantos são arredondados, conferindo-lhe ainda mais classe. De notar que este equipamento não deixa as desconfortáveis impressões digitais dos dedos, tanto na traseira como no ecrã. Concentra no seu lado direito todos os botões, de volume e a tecla de bloqueio do ecrã, puxando para o topo o jack 3,5 mm para auscultadores (o topo de gama dispensou-o) e em baixo tem a entrada USB-C para o carregador, juntamente com a bandeja dos cartões.
Veja na galeria imagens oficiais do smartphone:
Talvez o aspeto mais desequilibrado no seu design diga respeito ao módulo fotográfico, um “quadrado” composto por três câmaras e o flash, bastante saliente no smartphone. Ao colocar em cima da mesa, com a traseira para baixo, o equipamento fica completamente desequilibrado, além de as câmaras serem o seu primeiro ponto de contacto quando há uma queda.
Felizmente, e a pensar nisso mesmo, a Xiaomi inclui na caixa uma capa traseira de silicone, que não sendo a mais atraente, protege sobretudo a área em redor do módulo fotográfico. A capa dá assim uma proteção adicional à traseira do smartphone, mas considere sempre colocar uma película no ecrã. A fabricante garantiu ainda como upgrade a esta nova geração do Redmi Note, a inclusão da tecnologia Corning Gorilla Glass Victus, aumentando a proteção do ecrã e corpo em caso de uma queda acidental. Tem também certificado IP54, tornando-o resistente a pó e a salpicos de água.
Ecrã de qualidade para amantes de séries
No que diz respeito ao display, este Redmi Note 13 Pro 5G conta com um AMOLED com 6,67 polegadas, igual em todos os modelos Pro. E apresenta uma taxa de atualização dinâmica entre 60 e 120 Hz. Isso revelou-se na sua performance a navegar nas páginas de internet ou mesmo nos menus do equipamento. É realmente muito suave e fluído, sendo uma das características que salta à vista nos primeiros minutos de utilização. Também o brilho de 1.800 nits garante uma utilização ao ar livre, permitindo ver os conteúdos sem ficarmos ofuscados, sobretudo em dias solarengos.
A qualidade do ecrã está também presente nas cores vivas e nítidas das imagens, mas sobretudo na qualidade do vídeo. Este é sem dúvida um equipamento a ter em conta para quem dá prioridade ao smartphone para assistir a filmes, séries ou mesmo videoclipes no YouTube. A resolução de 1.5K (2712x1220) revelam imagens muito boas, mesmo que tenhamos de aplicar um zoom a certos conteúdos para encaixar melhor da área total do ecrã.
A tecnologia Dolby Vision contribui para essas imagens vibrantes e vivas, destacando-se os pretos mais nítidos nas cenas mais escuras, onde o HDR atua. Pessoalmente não gosto quando as cenas noturnas ou em locais pouco iluminadas de uma série me fazem de imediato ajustar o brilho para o máximo para ver o que se está a passar. Neste modelo, nota-se mais detalhe nesse tipo de cenas.
Apesar de não ser um smartphone construído para o gaming, no que diz respeito ao seu hardware, não terá problemas em correr as propostas do mercado, sobretudo os títulos mais populares. Mais uma vez, o seu ecrã contribui na jogabilidade mais fluida, numa área generosa para colocarmos os dedos para controlar o jogo.
Apenas senti que a sensação de toque não é tão intensa como em outros modelos. A resposta háptica é bastante ligeira, sobretudo quando se escreve.
De ter ainda em conta que o smartphone tem duas colunas estéreo alimentadas por tecnologia Dolby Atmos e pelos testes, tanto a ouvir música como vídeos no YouTube, o som é de qualidade. Pode elevar o som do equipamento ao máximo que este não destorce, destacando bem os graves e baixos. E o mesmo para quando deseja ouvir em baixo volume, a qualidade mantém-se nítida.
De salientar que o ecrã esconde agora o sensor biométrico de impressões digitais, até aqui adicionado ao botão de energia, que pode configurar para desbloquear rapidamente o equipamento.
Câmara fotográfica a 200 MP, mas imagens vão pesar na memória
Uma das bandeiras desta família de smartphones Redmi Note 13 são as suas câmaras fotográficas. Ainda que apenas os dois modelos mais poderosos tenham um sensor de 200 MP, mesmo os equipamentos mais modestos têm 108 MP. E tudo tem a ver com o objetivo de utilização das fotografias. Se é para partilhar nas redes sociais, sem a necessidade de grande edição, estas câmaras são mais que suficientes.
Ativar o modo de captura de 200 MP tem a vantagem óbvia de se obter imagens mais detalhadas, sobretudo nos pormenores quando se faz zoom às fotografias captadas. Mas tem duas desvantagens. A primeira é o seu formato quadrado das imagens, não sendo possível obter resultados panorâmicos como o modo normal. Há mais informação na vertical neste modo, mas limitado nas laterais. O outro aspeto a ter em conta é o peso das fotografias no armazenamento interno.
Veja na galeria imagens captadas com o smartphone:
Em comparação, o mesmo ponto de referência de uma fotografia pesa cerca de 40 MB em 200 MP, ao passo que a alta resolução do modo normal ocupa menos de 3 MB. E durante os testes registei imagens com um peso entre os 80 e 100 MB, o que significa que vai devorar o espaço no armazenamento interno se tiver o dedo ligeiro a fotografar em 200 MP. E o equipamento não suporta cartões microSD, pelo que não poderá aumentar a sua capacidade de armazenamento dos 256 GB na configuração disponível em Portugal.
De um modo geral senti que a câmara responde muito bem em qualquer cenário. É rápida a focar e a disparar, sobretudo está pronta muito rapidamente para utilização. Em disparos contínuos também se portou bem. Não estava à espera de fotografias com grande qualidade em interiores, mas mesmo em locais menos iluminados as imagens são interessantes, como é visível nos detalhes do cabelo, por exemplo. Mas é nos exteriores que vai poder obter as melhores imagens, coloridas e vivas, com este smartphone. O modo retrato oferece resultados igualmente positivos, para utilizadores que gostam de partilhar nas redes sociais.
De salientar que no departamento da câmara fotográfica não existe nenhuma diferença entre os três smartphones Pro. Além da câmara principal a 200 MP, o módulo conta ainda com uma ultra grande angular de 8 MP e uma macro de 2 MP. E o sistema de estabilização de imagem OIS ajuda a obter resultados praticamente sem desfoques.
Em todas as fotografias captadas durante o teste nenhuma ficou desfocada, o que significa que qualquer utilizador pode simplesmente carregar no obturador e registar os seus melhores momentos, sem preocupações. A câmara permite zoom até 4x, mas não espere um grande detalhe nas imagens captadas a longa distância. Mais agradáveis são as fotografias captadas em macro, mesmo com o seu sensor limitado a 2 MP. A câmara frontal de selfie é de 16 MP e mais uma vez, revela uma qualidade interessante, sem surpreender.
Outros modos disponíveis no software da câmara encontra-se o reconhecimento de documentos, retrato e noturno. Para utilizadores avançados, que querem maior controlo das imagens podem optar pelo modo Pro, com opções de controlo do ISO, do autofoco, o balanceamento dos brancos e outros elementos da fotografia.
Veja um vídeo captado com o smartphone
Os resultados do vídeo são também bastante satisfatórios, permitindo gravar até resoluções de 4K a 60 FPS. O estabilizador de imagem tornou as filmagens fluídas nas amostras registadas, coloridas e bem iluminadas, quando posicionado de forma estática. Mas ao fazer um movimento de acompanhamento, há um pequeno soluço na fluidez da imagem gravada.
Quem procura um smartphone com um orçamento até 400 euros, mantendo algumas funcionalidades de topo, como a qualidade do ecrã e das câmaras fotográficas, este Xiaomi Redmi note 13 Pro 5G é uma boa opção. Pode ter acesso a uma versão Pro ainda mais em conta, mas sem 5G e com um processador inferior, ou pelo contrário, um Pro+ com pormenores mais apetrechados, ainda que custe mais 150 euros. Mas este Pro 5G está no meio, equilibrando o seu preço às funcionalidades que oferece. Uma proposta bastante interessante que deve ter em conta na hora de escolher o próximo smartphone com suporte a 5G, sem ter de investir muito dinheiro num topo de gama.
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