Já tínhamos visto o Lenovo ThinkPad X1 em maio do ano passado, no Lenovo Accelerate 2019, mas nos últimos meses o conceito do portátil que se dobra evoluiu e está mais “finalizado”, com um aspecto premium e facilidade de utilização que acabam por tornar mais convincente que este é um dos caminhos de futuro. E o mesmo se passa com o Motorola Razr, que recupera o “clássico” flip phone da marca e que surpreende com o ecrã OLED flexível, sem o “vinco” que ainda deixa preocupações no Galaxy Fold.
Durante a CES 2020, que hoje termina em Las Vegas, tivemos oportunidade de experimentar os dois novos produtos da Lenovo, que ainda não têm data fechada para chegar ao mercado, e gostámos do que vimos, quer do acabamento quer da facilidade de utilização. Embora não seja uma análise extensa, porque tivemos pouco tempo com os produtos que são dos mais requisitados do stand que a Lenovo tem no Venetian, é fácil perceber que ambos estão mais “finalizados” e prontos para dar cartas no mercado, embora inicialmente junto de um nicho ainda reduzido de utilizadores.
O ThinkPad X1 Fold é o primeiro PC com um ecrã OLED que dobra e nos próximos meses (em meados de 2020) vai chegar ao mercado, com um preço a partir de 2.499 dólares, trazendo não só a inovação do design mas também novas formas de trabalhar. O portátil pode ser rapidamente transformado num tablet, de ecrã tátil que ocupa todo o espaço, mas pode ser usado como plataforma de desenho ou portátil tradicional, com uma capacidade camaleónica de se adaptar às necessidades do momento.
A Lenovo considerou outros modelos de design para o seu primeiro dobrável, com diversas implementações, mas acabou por adotar este formato de ecrã 4x3, que quando aberto fica com uma dimensão de 299,4 x 236,0 e uma espessura de 7,8 mm, mas que passa a 158,2 x 236,0, com uma espessura de 27,8 mm quando dobrado, sensivelmente o tamanho de um bloco de notas. O peso está abaixo de 1 Kg, o que é bastante simpático para um equipamento que não cabe no bolso mas que idealmente pode trazer sempre consigo.
Uma capa de cabedal envolve o chassi do equipamento, e isso torna-se num conforto adicional para transportar, lembrando os antigos notebooks em papel, mais suaves do que qualquer outro material metálico ou plástico que possa envolver o chassi. E é curiosa a forma como esta capa desliza e se ajusta quando se abre e fecha o portátil.
Esta “flexibilidade” pode demorar algum tempo a transformar hábitos, até porque estamos demasiado “formatados” para tablets tradicionais e às vezes até nos esquecemos de usar os ecrãs táteis e os formatos flexíveis que viram o ecrã para se transformar em tablets, mas a Lenovo tem já pensados alguns casos de uso que tornam o ThinkPad X1 Fold um companheiro interessante para quem está sempre a “navegar” entre o telefone e um laptop, ou um tablet para alguns conteúdos multimédia.
Se estiver totalmente aberto, o ecrã de 13,3 polegadas 2K tem o formato ideal para ver vídeos ou edição de conteúdo com uma caneta Active Pen, e o suporte integrado na capa dá uma ajuda para o “manter de pé” sem necessidade de pesar no colo. E a sensação de escrever não é igual ao papel, nem a um ePaper, mas é muito confortável dado que o ecrã é OLED.
Mas pode ser aberto como um portátil tradicional, e o ecrã pode ter o teclado tátil, sustentando-se facilmente nessa posição de 90 graus porque a bateria (o elemento mais pesado) foi colocada num dos lados do ecrã, enquanto o resto da eletrónica está dispersa por todo o chassi.
Aberto nesta posição uma parte do ecrã pode ser usada também para tomar notas ou verificar uma folha de cálculo, ou as notas de uma apresentação.
A Lenovo esteve a trabalhar no software que permite a mudança rápida entre os vários modos, e ainda não está perfeito. Na primeira fase o ThinkPad X1 Fold vai ser vendido com Windows 10 Pro e tem já os novos processadores Intel Core com Intel Hybrid Technology, mas a ideia é que o produto final venha a integrar o Windows 10X que pode melhorar a experiência deste convertível que também vai integrar conetividade 5G que a Lenovo anunciou para outro modelo, o Yoga 5G.
O regresso do retro/novo Motorola Razr
O clássico flip phone da Motorola faz parte das memórias de muita gente e é normal a curiosidade dos utilizadores com a nova implementação do Razr, e é mesmo surpreendente ver como o ecrã flexível se ajusta, em vez de ter dois um teclado ligado por uma dobradiça ao ecrã. Há uma parte mecânica no chassi do smartphone, mas isso não se sente quando se abre o Motorola Razr, revelando o ecrã integral que pode ter um teclado “reto”. E mais uma vez não há qualquer vinco visível no ecrã.
Aberto o Razr tem uma dimensão de 172x72 mm, com uma espessura de 6,9 mm, e apresenta um ecrã de 6,2 polegadas OLED. O peso é de 205 gramas.
Quando fechado o telefone tem uma dimensão compacta e cerca de metade do tamanho (94x72 mm e espessura de 14 mm) que facilita a “arrumação” num bolso, e todas as notificações estão visíveis no ecrã externo. A Lenovo conseguiu que a dobradiça funcione de forma eficiente e quando está fechado não há qualquer espaço vazio, ou gap, e por isso não deverá acumular pó ou lixo. Esta foi uma “engenharia” que a Samsung não conseguiu fazer no Galaxy Fold.
Não é fácil abrir a tampa com só uma mão, ou exige muita prática que ainda não temos, mas a Motorola integrou algumas funções curiosas, que revelam a luz de flash ou a câmara de selfie quando se abana.
Numa primeira fase o Motorola Razr vai ser um exclusivo da Verizon e deveria começar a ser vendido no início deste ano, mas foi adiado para que a empresa conseguisse garantir quantidades de produção suficientes para responder à procura.
Este pode ser muito bem um dos formatos de smartphones dobráveis que se tornem mais apelativos para quem quer um ecrã “normal” mas que se dobra é bastante mais pequeno e fácil de arrumar. A opção dos modelos da Samsung e da Huawei até agora é diferente, optando por “esticar” os ecrãs de 6 polegadas que já são o novo normal nos smartphones, e com isso ficando com equipamentos mais pesados e grossos, mas é possível que haja espaço para os dois.
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